segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

‘Quero reconhecimento’, diz gari que ajudou a limpar orla de Macapá após réveillon

Cláudia Conceição, gari em Macapá (Foto: Rita Torrinha/G1)Cláudia Conceição, gari em Macapá (Foto: Rita Torrinha/G1)

Cláudia Conceição, gari em Macapá (Foto: Rita Torrinha/G1)

Cláudia Conceição esteve entre os 75 garis responsáveis em deixar a cidade de Macapá limpa, após as festas de fim de ano. Ela e um grupo de 40 trabalhadores foram destacados para fazer a limpeza do anfiteatro da Fortaleza de São José, que amanheceu cheio de lixo, principalmente plásticos, garrafas e latas.

O serviço de Cláudia é rotineiro, ela atua há 7 anos como gari e diz não reclamar de trabalhar e nem da demanda, mas gostaria de ver as pessoas zelarem mais pelo patrimônio público e refletirem sobre o papel dos garis na sociedade.

“Acho que as pessoas não compreendem a nossa função. A praça está cheia de lixeiras, mas a maioria delas amanheceu vazia. Todo o lixo foi jogado na grama, no chão. O nosso trabalho é limpar, mas não custa a população ajudar”, reclama.

A gari chegou na frente da cidade às 5h30, junto com a equipe. Ela diz que não tem sonhos ambiciosos para 2018, e desabafa.

“O que eu quero é reconhecimento e respeito. Para muitos nós somos invisíveis, as pessoas sentem vergonha da gente. Quando paramos em uma casa para pedir água nos trazem natural. Não sabem como o calor maltrata. E isso é normal de acontecer”, conta, enquanto junta uma montanha de garrafas pet.

Mais de duas toneladas de lixo foram retiradas do anfiteatro da Fortaleza São José, segundo prefeitura (Foto: Rita Torrinha/G1)Mais de duas toneladas de lixo foram retiradas do anfiteatro da Fortaleza São José, segundo prefeitura (Foto: Rita Torrinha/G1)

Mais de duas toneladas de lixo foram retiradas do anfiteatro da Fortaleza São José, segundo prefeitura (Foto: Rita Torrinha/G1)

De acordo com a prefeitura, mais de duas toneladas de lixo foram retiradas somente do anfiteatro da Fortaleza. O titular da Secretaria Municipal de Manutenção Urbanística, Claudiomar Rosa, disse que, em acordo com o governo, a responsabilidade pela limpeza do local seria dos realizadores da festa, o que não ocorreu, segundo ele.

“A prefeitura acordou com o governo que limparia do canal até o final da orla, mas essa parte da fortaleza e todo o entorno dela seria de responsabilidade do estado, que inclusive tem um recurso próprio para o serviço. Limpamos porque não apareceu ninguém e o vento forte ia espalhar o lixo”, relatou.

O governo confirma a existência de um aporte financeiro dentro do planejamento orçamentário do evento para a limpeza e disse que iria fazer o serviço pela parte da tarde desta segunda-feira (1º). A orla já está limpa. A estrutura montada para a Virada Afro deve começar a ser desmontada ainda hoje.

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