Com o avanço das erosões no arquipélago do Bailique, a 180 quilômetros de Macapá, o governo do Amapá decretou situação de emergência na região e informou que vai enviar uma força-tarefa no dia 10 de março, para socorrer a população afetada.
O decreto foi assinado no dia 23 de fevereiro e divulgado nesta quarta-feira (28) pelo executivo. Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), pelo menos 13 comunidades sofrem com o fenômeno das “terras caídas”, mais de 150 casas já desabaram, afetando 715 moradores, que devem ser remanejados para áreas seguras.
A medida dá acesso ao estado receber apoio emergencial da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. O governo deverá apresentar um relatório com os danos causados pela erosão e um plano com as iniciativas que serão tomadas, e poderá solicitar ações de socorro, assistência, restabelecimento de serviços essenciais e recuperação de áreas danificadas pelo desastre natural.
Segundo a gestão, as equipes que integram o grupo de trabalho vão se reunir com os moradores, antes de tomadas de decisões. São 60 órgãos estaduais envolvidos e o governo disse que vai reunir também com a prefeitura de Macapá, Ministério Público Federal (MPF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e outros que possam contribuir nas ações.
O desastre no Bailique contabiliza estragos preocupantes. O levantamento realizado pela Cedec aponta que quatro escolas, um posto de saúde, um posto da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa), 84 postes de energia, 1,5 mil metros de passarelas e 85 metros de pontes foram atingidos, com destruição total ou parcial.
Ainda de acordo com o governo, pesquisadores realizaram projeções com dados da Base Cartográfica do Amapá, levantados pelo Exército Brasileiro, que indicaram avanço de dez metros, por ano, na margem do rio Amazonas que circunda o Bailique. O avanço da maré, representa, segundo estudos, a diminuição das regiões apropriadas para moradia.
As localidades mais prejudicadas são Itamatatuba, São Pedro, Vila Macedônia, Vila Progresso, Igarapé Grande do Curuá, Ilhinha e Boa Esperança. O estado de alerta com a região acontece desde 2015. Em 2017, foi a prefeitura que decretou estado de emergência no arquipélago.
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