terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Decon e OAB investigam aumento dos preços de combustíveis no Ceará

OAB investiga se há formação de cartel nos postos de combustível do Ceará

OAB investiga se há formação de cartel nos postos de combustível do Ceará

O Programa de Defesa do Consumidor do Ceará (Decon) e a Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará (OAB/CE) investigam a prática de cartel em postos de combustível no interior do estado. O órgão também já entrou com ação contra alguns postos do Ceará que praticam preços abusivos.

De acordo com o assessor jurídico do Decon, Ismael Braz, o órgão já recebeu denúncias de três postos de bandeiras diferentes em um mesmo município que praticam o mesmo preço na gasolina. "Nós recebemos a denúncia, instruimos procedimentos e encaminhamos para o procurador geral de Justiça", diz.

Em janeiro de 2018, a gasolina do Ceará era a mais cara do Nordeste, custando, em média, R$ 3,98 por litro. Depois vinha o Rio Grande do Norte (R$ 3,92) e a Bahia (R$ 3,75). Os dados foram recolhidos pela Agência Nacional de Petróleo.

Entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018, o preço da gasolina no Ceará aumentou quase 5%, chegando a custar R$ 4,39 em Fortaleza.

Audiência pública

O alto preço da gasolina no Ceará motivou a Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará (OAB/CE) a convocar uma audiência pública entre representantes dos direitos do consumidor e donos de postos de combustível. O encontro aconteceu nesta terça-feira (27).

"O Ceará hoje detem um dos preços mais altos do Nordeste do Brasil. Ele puxa o alto preço dos combustíveis. É dentro dessa dinâmica de entender essa majoração excessiva, muitas vezes acima do período inflacionário, é que nós estamos trazendo essa discussão. Por entender que esses aumentos constantes, o alto preço, impacta diretamente na vida do consumidor, que é um vulnerável, um hipossuficiente. Portanto necessita de um olhar por parte das instituições", comenta o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB/CE, Sávio Aguiar.

O representante do Sindicato dos Donos de Postos de Combustíveis, Paulo Sérgio Vasconcelos, afirmou que a composição do preço do combustível é bastante influenciada pelos impostos, e esse seria o motivo de um preço mais alto no Ceará.

"O ICMS do Ceará é o mais alto do Nordeste. Vinte e nove porcento do preço final da gasolina é de ICMS. É o imposto estadual. Tem o PIS e o Confis, que são impostos federais. No Sudeste, nós temos alíquotas mais altas, como por exemplo o ICMS do Rio de Janeiro. Mas no Nordeste, nós temos o ICMS de 29% contra 28%, 27%, 26% de outros estados, tornando a gasolina do Ceará uma das mais caras do Nordeste", argumentou Paulo Sérgio Vasconcelos.

Também foram convidados para a reunião a Agência Nacional de Petróleo, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ceará e a Cearaportos, empresa que administra o Terminal Portuário do Pecém. Nenhuma das três instituições mandou representantes.

Os participantes da audiência vão apresentar um relatório sobre a reunião em até dez dias.

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