terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Família de frentista assassinado por policiais e empresário no CE quer localizar cadáver

Família cobra punição de PMs e empresários envolvidos na morte de frentista

Família cobra punição de PMs e empresários envolvidos na morte de frentista

A família do frentista João Paulo Sousa Rodrigues, assassinado em setembro de 2015 em Fortaleza, cobra dos suspeitos do crime a localização do corpo; o objetivo é que familiares possam fazer o sepultamento dos restos mortais da vítima.

"O que eu quero é que apareça [o corpo]. Que a gente possa guardar num canto que ele mereça. Que ele seja enterrado dignamente. Espero que um dia digam onde foi que botaram [o cadáver] pra gente botar os restos mortais dele num cantinho. Ele continua vivo no meu coração", afirma uma pessoa próxima da vítima que não quer se identificar.

João Paulo Sousa Rodrigues foi visto pela última vez no dia 30 de setembro de 2015. Câmeras de segurança filmaram ele algemado em um carro com quatro policiais. Em seguida, os policiais o colocam dentro de um outro carro, onde estava o dono do posto de combustível onde ele trabalhava. "Jamais eu imaginaria que o dono tivesse envolvido", diz uma familiar.

Conforme a denúncia do Ministério Público do Ceará, o empresário é suspeito de ter contratado os PMs por suspeitar que o frentista estava envolvido em um roubo no estabelecimento. Mensagens e ligações analisadas pelo órgão reforçaram a tese. A suspeita sobre o frentista é devido ao fato de o antigo local onde ele trabalhava ter sido assaltado mais de cinco vezes.

Policiais presos, empresário solto

Os quatro policiais foram presos semanas após o crime, foram soltos, e presos novamente nesta segunda-feira (26). O empresário segue solto, mas o MPCE solicitou a prisão do suspeito de ser o mandante do crime.

"É muito difícil você perder uma pessoa que você ama, é um pedaço seu, é mesmo que um pedação seu que foi arrancado de dentro de você. Você tenta se acostumar, mas esquecer, você jamais esquece. A gente quer justiça", afirma.

As prisões preventivas dos PMs e do empresário foram solicitadas argumentando a periculosidade e os antecedentes criminais dos acusados. Os policiais, segundo o MP, respondem a vários processos criminais, inclusive outros homicídios, e já haviam sido presos preventivamente em 2015. No dia 21 de setembro de 2016, foi concedida liberdade provisória com monitoramento eletrônico aos quatro agentes.

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