Em 2017, os amapaenses receberam, em média, R$ 936 por mês, um real a menos que o salário-mínimo no mesmo ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse dado faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada na quarta-feira (28).
De acordo com o supervisor de disseminação de informações do IBGE, Joel Lima, o índice é uma média que não demonstra a desigualdade entre os salários pagos aos trabalhadores no Amapá. “Esse é um número médio, lógico que não representa os extremos”, comentou.
Um exemplo é a família do assistente legislativo Willian Valério, de 30 anos, de Macapá. Na casa dele moram 6 pessoas e, dessas, 4 trabalham. A renda por pessoa fica em quase R$ 500, menor que a média apurada no estado.
Valério alega que as remunerações são suficientes para o estilo de vida que a família leva atualmente, mas ele lembra que alguns reajustes no orçamento mensal, como as contas de energia elétrica, fizeram mudar hábitos.
“Se juntar os ganhos e dividir pelos 6, dá em média R$ 500 para cada um. Tem sido suficiente. Não precisamos chegar a vender algo, mas estamos nos reorganizando em virtude do aumento de energia e outras necessidades”, disse.
A renda de R$ 936 na PNAD deixou o Amapá na 15ª posição entre as unidades de federação do país, sendo o 4º na região Norte. No país, esse valor médio foi de R$ 1.268 no ano passado.
Para o supervisor do IBGE, o índice de desemprego do estado, que foi o maior do Brasil também no ano passado, contribuiu para que a renda per capita amapaense passasse a ser menor que o salário-mínimo.
“Nossa desocupação foi a mais alta do país. Se ela fosse menor, essa renda aumentaria. Esse desemprego faz com que a renda per capita não fosse tão alta”, descreveu Lima.
O índice per capita é usado como termômetro para o rateio de recursos do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE).
“A lógica é o inverso da renda, ou seja, os estados com renda menor vão proporcionalmente receber mais recursos, mais complementação do FPE. A posição do Amapá significa que ele não está tão ruim, mas significa que ele não vai receber tantos recursos quanto os que estão no fim do ranking”, informou Lima.
O rendimento domiciliar per capita é calculado como a razão entre o total dos rendimentos domiciliares e o total de moradores. As informações foram apuradas ao longo do ano, em cada PNAD Contínua, apurada a cada trimestre.
A pesquisa calcula a renda per capita desde 2014, que sempre registra variação positiva. Entre 2016 e 2017, o crescimento foi de 6,2% (R$ 55 a mais que no ano anterior).
Tem alguma notícia para compartilhar? Envie para o VC no G1 AP ou por Whatsapp, nos números (96) 99178-9663 e 99115-6081.
0 comentários:
Postar um comentário