quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Às vésperas do ano letivo, servidores relatam incertezas em Uberlândia

prefeitura de uberlandia (Foto: Prefeitura de Uberlândia/Ascom)Município está pendente com pagamentos de
dezembro (Foto: Prefeitura de Uberlândia/Ascom)

O ano letivo na rede municipal de ensino de Uberlândia se inicia no próximo 7 de fevereiro, mas algumas incertezas ainda afligem os servidores da Educação a poucos dias do início das atividades. Entre os principais problemas relatados por eles estão a falta de previsão para pagar os salários de dezembro, retroativos do vale-alimentação e ordem de chamada de contratados.

O G1 procurou a Prefeitura de Uberlândia que solicitou dois dias para fazer levantamento e, posteriormente, as informações serão divulgadas em nova matéria.

Foram questionados, dentre outras coisas, como está sendo feita a convocação de contratados, a regularização do vale-alimentação e pagamentos de dezembro, incluindo salários e acertos de contratados, além da previsão para entrega dos kits escolares para os cerca de 80 mil alunos da rede.

A educadora infantil Ariane Motoki, de 29 anos, lembra que o último depósito do vale-alimentação foi feito em junho do ano passado e as dificuldades em casa aumentaram com os atrasos frequentes nos salários e, agora, a falta do salário de dezembro.

A palavra que resume é desrespeito, o sentimento que prevalece é indignação".
Ariane Motoki, educadora infantil

“Passamos um mês que deveria ser de descanso com contas atrasadas e total incerteza. Tive que alterar data de vencimento de cartão e boletos por conta dos atrasos. Vale ressaltar que, desde meados de 2016, estamos recebendo o salário parcelado em duas vezes. Liguei e fui pessoalmente à Prefeitura, mas não obtive resposta concreta. A palavra que resume é desrespeito, o sentimento que prevalece é indignação”, contou a servidora efetiva.  

A professora, também efetiva, Carla Krol presta serviço há 25 anos ao Município e disse que os últimos anos têm sido complicados para o servidor de educação.

Nós não trabalhamos para prefeito X ou Y, nós trabalhamos para a Prefeitura".
Carla Krol, professora

“A minha opinião é de que a gente não deve voltar a dar aulas sem o pagamento de dezembro. E que também retomasse o pagamento do vale, porque é pouco, mas já ajuda. Nós não trabalhamos para prefeito X ou Y, nós trabalhamos para a Prefeitura. A gente até entende a situação de crise do país e da cidade, mas é preciso haver compromisso com o servidor. A gente presta concurso para uma das vantagens ser a estabilidade, o pagamento em dia, o que já não vem ocorrendo há algum tempo”.

Servidoras contratadas estão apreensivas
O G1 também conversou com algumas servidoras contratadas pela Prefeitura no ano passado e que tiveram os contratos rescindidos. À espera de serem chamadas novamente, elas optaram por não se identificar e contaram que estão apreensivas com a situação.

O Odelmo disse que está fazendo de tudo para regularizar, mas que não trabalha com datas. O problema é que nossas contas têm datas".
Professora contratada

“Não nos dão sequer uma posição de quando será pago dezembro e nosso acerto com o proporcional às férias. O Odelmo disse que está fazendo de tudo para regularizar, mas que não trabalha com datas. O problema é que nossas contas têm datas. A água e a energia não esperam. Temos urgência que esse pagamento seja feito. Está muito difícil”, disse uma professora que trabalha desde 2008 na Prefeitura por cargo temporário.

Os servidores também alegam que o atual contingente de servidores efetivos na Educação não atende a demanda do Município e que, mesmo assim, muitos foram procurar a Secretaria Municipal de Educação (SME) nesta semana para perguntar sobre a demora em seguir a lista, sendo informados que a prioridade para o início do ano letivo seria optar pelas dobras dos efetivos.

“A cada hora se fala uma coisa. Dizem que não vão chamar professores de 1º ao 5º ano. Outra coisa é que na lista de educador, por exemplo, seguem a partir da última convocação e não voltam. O que seria injusto com quem foi melhor classificado no processo seletivo. Tenho uma amiga que passou em 10º lugar e está sem trabalho, sem acerto, sem salário. Eu também estou passando por dificuldades”, contou uma educadora que passou a vender meias para ajudar com as contas em casa.

Ontem que começaram a ligar para educadores contratados, coisa que era feita a partir de dezembro".
Educadora contratada

Outro questionamento é quanto à demora para convocar os aprovados no último processo seletivo. Uma educadora disse que os contatos eram feitos em dezembro, geralmente, porém nesta semana que alguns candidatos começaram a ser chamados.

"Ontem que começaram a ligar para educadores contratados, coisa que era feita a partir de dezembro. Todo mundo da Educação está na expectativa, seja para ser convocado ou para receber os atrasos. Eu não sei até quando meu marido vai conseguir segurar as contas sozinho, a gente paga aluguel e estou muito preocupada", desabafou.
 

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