O professor de Geografia Física da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Luiz Jorge Dias, informou que a causa do tremor de magnitude 4,7 na escala Richter registrado na manhã desta terça-feira (3), entre Belágua e Vargem Grande, foi uma acomodação de placas.
De acordo com o especialista, existem falhas geológicas na zona costeira maranhense induzida por gel magnetismo não sendo perceptível na superfície, mas fazendo com que haja propagação mais concentrada.
“Isso acontece quando as rochas estão absolutamente saturadas por conta do peso do solo para baixo. Isso permite que a retirada de água e a injeção das rochas se acomodem do solo até alguns poucos quilômetros de profundidade. Isso é bastante comum em áreas sedimentares como é o caso da nossa região, que são rochas mais recentes, menos instáveis e estão sujeitas a isso”, comentou.
Para a Engenheira de Minas e professora de Geologia da UEMA, Karina Pinheiro, apesar do Brasil se localizar no centro da Placa Sul-Americana, distante da zona de instabilidade tectônica (encontro de placas), há de se considerar que o desgastes na placa, de aproximadamente 200 quilômetros de espessura, pode causar falhas geológicas, podendo provocar tremores com epicentros nos países da América Latina.
“O que provavelmente pode ter ocorrido hoje que alcançou os Estados do Maranhão e Piauí, foi atividade tectônica resultante do deslocamento de falhas geológicas”, comentou. Ela lembrou que desta forma o Brasil não está completamente livre da ocorrência de tremores de terras, apesar destes não causarem grandes destruição em infraestruturas.
Mesmo sendo considerado um abalo abaixo de moderado, os efeitos da onda sísmica foram sentidos em algumas localidades de cidades como São Luís, que também tiveram acompanhamento dos relatos apresentados pela população, especialmente nos bairros Jaracaty, São Francisco, Centro e Renascença.
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