Ocupar áreas vazias nas fronteiras entre o Brasil e a Colômbia foi uma das ações anunciadas pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, para reforçar a segurança entre os dois países. O anúncio foi feito após reunião com o ministro da Defesa colombiana Luiz Caros Villegas, que ocorreu nesta terça-feira (31), em Manaus.
A reunião entre os dois ministros aconteceu a portas fechadas, no Comando Militar da Amazônia (CMA). De acordo com Jungmann, foram discutidas ações estratégicas para colocar em prática os acordos de cooperação firmados com o país vizinho.
Uma das medidas anunciadas foi a redistribuição das Forças Armadas na fronteira entre o Brasil e a Colômbia. A ação propõe acabar com espaços vazios, que facilitam ações criminosas, segundo afirma o ministro da Defesa brasileira.
"Temos grandes fronteiras, cerca de 1,4 mil quilômetros de fronteira. Precisamos redistribuir, cooperando para que os vazios que existem nessa fronteira sejam preenchidos, ora mais pelo Brasil, ora mais pela Colômbia, já que não há condições de bloqueio. Queremos inclusive fazer o mesmo em outros países", informou.
Outro acordo firmado entre os países foi o compartilhamento de informações de Inteligência. De acordo com Raul Jungmann, os setores de ambos os países devem começar a atuar de forma integrada.
"Nós acordamos que temos que ter uma integração na área de Inteligência, que consideramos absolutamente estratégico. Essa inteligência vai se dar desde os postos de fronteira do Brasil e Colômbia, até o mais alto nível em Brasília, em termos ministeriais. Por tanto, vamos ter um tráfego fluido, integrado, contínuo e diário de informações entre Brasil e Colômbia, no que diz respeito às nossas preocupações em comum", contou.
A partilha de informações deve auxiliar em pontos específicos de combate ao crime organizado na fronteira. Segundo Jungmann, a integração deve ajudar nas fiscalizações para identificar imigrantes que atuam como "mulas", trazendo drogas e armas para o país. Além disso, a cooperação deve disponibilizar informações para o combate à mineração ilegal.
"Essa atividade, além de ser um problema em termos de meio ambiente, tem a faculdade de agrupar em torno dela pontos ilícitos, servindo para lavagem de dinheiro, e utilização desse pessoal que migra além das fronteiras em termo de narcotráfico", explicou.
A cooperação entre Brasil e Colômbia deve se estender ainda para os ministérios, segundo Jugmann. "Vamos promover mais encontros que incluam Defesa, Relações Exteriores e a Justiça, porque no Brasil há uma divisão de trabalho entre polícias, Ministério da Justiça e Defesa. Nós entendemos que há necessidade dessa cooperação, para que possamos fortalecer nossa atuação", completou.
O encontro de Raul Jungmann, ministro da defesa colombiana, Luiz Carlos Villegas, e comandantes das Forças Armadas dos dois países, é o primeiro de uma rodada de conversas bilaterais sobre defesa com os países da América do Sul, com o intuito de ampliar a cooperação no combate aos problemas que ocorrem nas fronteiras, principalmente o tráfico de drogas.
Ao fim do encontro, Villegas recebeu uma condecoração da Ordem do Mérito da Defesa.
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