quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Mais de 7 mil famílias têm renda per capita de até R$ 85 em Uberlândia

 Mais de 7 mil famílias em Uberlândia vivem com renda per capita de até R$ 85. Os dados são do Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal, que reúne informações socioeconômicas das famílias brasileiras de baixa renda, com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa. 

O levantamento mostrou ainda que até outubro de 2016, 65.866 famílias na cidade estavam inscritas no cadastro.  Destas, 7.012 com renda per capita de até R$ 85 e 7.024 famílias tinham renda entre R$ 85,01 e R$ 170 reais. O Bolsa Família chega a quase 13 mil famílias na cidade.

Ainda de acordo a pesquisa, a maioria das famílias nessa situação se concentra nos bairros Morumbi, São Jorge e Shopping Park. Novos assentamentos e regiões periféricas não estão nesse levantamento.

O desempregado Gildeone dos Santos Santana, veio com a esposa e duas filhas da Bahia em busca de emprego. Desde então, dependem da ajuda de outras pessoas e com uma renda mínima. Ele conta que com outros amigos matou uma cobra porque não tinham carne para comer casa.  “Se nós formos matar pra jogar fora é melhor chamar a polícia ambiental pra levar. Foi quando nós decidimos matar pra comer. Eu, as crianças todo mundo comeu”, afirmou.

A família mora numa casa de três cômodos alugada com a ajuda de algumas pessoa, tudo o que têm foi doado, alimentos e roupas têm chegado mas falta local pra guardar. Eles ganharam alguns blocos e estão tentando ampliar a casa. Mas não escondem a vontade de ter um lugar próprio. “Nós estamos aqui no encalce dos outros, o bom mesmo é a gente ter uma casa nossa mesmo, um fixo que a gente sabe que é nosso, pra ninguém poder tirar nós”, destacou.

Segundo Oswaldo Setti, diretor da ONG Ação Moradia,  famílias com renda menor do que R$ 85 por pessoa,  vivem abaixo da linha da miséria.  “Isso é a miséria o que nós muitas vezes não conseguimos ver. A pobreza ela tá espalhada na nossa periferia e muitas vezes ela não aparece”, ressaltou.

Ele ressalta que a solução para o problema são as políticas públicas de uma forma mais ampla. “Nós nos entendemos como modelos de política pública, criamos sementes, criamos modelos  que quando o governo aplica ele pode ser multiplicado numa magnitude muito maior e resolver problemas grandes”, destacou.

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