A chamada escolar da rede de ensino municipal começou na última segunda-feira (23) em Ariquemes (RO), na região do Vale do Jamari. Os pais e familiares que estavam acampados há mais de 15 dias nos pátios das escolas finalmente puderam voltar para casa. No total, são 2.099 vagas ofertadas pela Secretaria Municipal de Ensino de Educação (Semed) para este ano de 2017.
Segundo a Semed, o quadro disponível para as matrículas em 2017 é de 204 vagas paras as creches, 672 vagas para pré-escola, 1.038 vagas para 1º ao 5º ano e 186 vagas para 6º ao 9º ano do ensino fundamental.
No primeiro dia da chamada escolar, os pais que estavam acampados no Centro Municipal de Educação Infantil Arikem, no Setor 2, já estavam cansados com a longa permanência na escola, para conseguirem vagas para crianças de 2 e 3 anos.
A dona de casa Vanda dormiu 15 dias na creche para conseguir uma vaga para o neto João Vitor. "Pelo meu neto eu faço tudo, só que não gostei de passar por isso, tem que ter mais vagas nas escolas", reclamou.
O segurança Ronaldo ficou duas semanas na escola para conseguir matricular o filho. O profissional conta que ele e a esposa trabalham. Sem a vaga na creche, ele ou a mulher teriam que parar de trabalhar. "Não temos com quem deixar nosso filho, graças a Deus conseguimos a vaga, agora é trabalhar para comprar o material escolar", comemorou.
Mas tem muitos pais que não conseguiram vagas para os filhos que tem dois e quatro anos em escolas próximas de suas residências, e decidiram procurarar o Conselho Tutelar. De acordo com a conselheira tutelar Izabel Felizardo, em menos de uma hora de funcionamento do órgão, mais de 50 pedidos de vagas foi registrado, a maioria delas é para as creches e pré-esccolas.
"Qualquer ameaça à violação do direito garantido da criança à educação deve ser denunciada no Conselho Tutelar. Os pais precisam ficar atentos, se não conseguirem vagas nas escolas para os filhos, procurem o Conselho, aí nós vamos requisitar essa vaga através de ofício", explicou.
A dona de casa Maria Aparecida foi uma das primeiras pessoas atendidas pelo Conselho Tutelar. Ela conta que os filhos estudam longe de casa, e um deles foi atropelado no trânsito. Por isso, hoje, ela teme em deixar o filho percorrer um longo trajeto, para não ficar sem estudar. "Eu tenho muito medo de deixar meus filhos estudarem longe de casa, mas também não quero eles sem estudar", desabafou.
A Semed informou à reportagem da Rede Amazônica que nenhum estudante vai ficar fora da sala de aula. Mas pode ocorrer que alguns alunos tenham que estudar em escola longe do seu bairro, da sua residência. Nesses casos, a prefeitura vai providenciar o transporte escolar gratuito.
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