quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

OAB processa Governo do AM por falta de ações no sistema prisional

Ao longo deste ano, um total de 18 revistas foram realizadas nas unidades (Foto: Seap/Divulgação)Medida pede ações do estado para melhorar sistema prisional no AM (Foto: Seap/Divulgação)

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM) apresentou à Justiça uma ação civil pública contra o Governado do Amazonas, na terça-feira (3), motivada pela ausência de ações emergenciais concretas quanto ao quadro penitenciário no estado. A ação foi recepcionada pela juíza federal Marília Gurgel, que concedeu 72 horas para que o Estado se manifeste antes da apreciação da medida liminar.

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REBELIÕES NO AM
Presídios tiveram 60 mortes em 24 h

O documento tem como um dos principais objetivos requerer ao Estado que sejam adotadas as medidas necessárias para garantir o cumprimento da Lei de Execução Penal, Constituição da República e normas de Direitos Humanos. A ação foi impetrada após 60 mortes, 184 foragidos e rebeliões em quatro presídios do estado, desde o domingo (1º).

O documento foi assinado pelo presidente da seccional Marco Aurélio Choy, pelos conselheiros federais da seccional do Amazonas José Alberto Ribeiro Simonetti Cabral, Diego D´Ávila Cavalcante e pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos, Epitácio Almeida.

"A OAB vem denunciando esse problema há muito tempo. Entendemos que o Estado não tomou de forma concreta e efetiva as medidas necessárias para que esse cenário não tivesse o desfecho trágico registrado no último domingo. A OAB pede medidas concretas para a solução desse grave problema do sistema carcerário do Estado do Amazonas. O ajuizamento dessa ação tem como finalidade que o Estado tome medidas concretas e imediatas quanto ao tema do sistema penitenciário. Aguardamos o posicionamento do Judiciário Federal justamente para atender essa necessidade não apenas da sociedade amazonense, como também da sociedade brasileira", destacou Choy.

No texto da ação, a OAB-AM solicita que, no prazo de 30 dias, seja elaborado um plano para o sistema prisional do Estado do Amazonas, que busque solucionar os problemas presentes e garantir o cumprimento das normas constitucionais, internacionais e legais, oferecendo os direitos e assistências mínimos previstos em legislação específica aos detentos, sob pena de multa diária de um milhão de reais.

Tendo como o foco a defesa dos Direitos Humanos, a ação requer diversas medidas que revertam as condições em que os presos são submetidos nas unidades prisionais amazonenses, entre elas a elaboração de um plano para construção de estabelecimentos que abriguem a totalidade de presos de forma digna e humana.

Além disso, a ação pede reformas e modificações necessárias para garantir o respeito aos direitos de individualização da pena, instalações higiênicas, assistência social, educacional e jurídica, bem como a separação dos presos provisórios dos presos com condenação definitiva. 

A ação solicita ainda medidas para evitar a violência interna dos presídios, com instalação de câmeras e aumento do efetivo de segurança, bem como impedir a entrada de armas, celulares e drogas nos presídios.

O texto trata ainda da necessidade de reavaliação das condições a que os profissionais que atuam nas unidades prisionais são submetidos. Na ação, a OAB-AM requer que seja providenciada a estruturação do plano de carreira dos servidores do sistema prisional, a realização de concursos públicos para os cargos de agente penitenciário e defensor público, além da construção de parlatórios nas unidades prisionais e delegacias.

Com o envio do documento, a OAB/AM aguarda a concessão de medida Liminar no Plantão da Justiça Federal, que se encontra em recesso.

O G1 aguarda posicionamento do Governo do estado sobre a ação.

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