Dezenas de familiares aguardam a transferência de 240 presos do Complexo Penitenciário de Maceió, na manhã desta segunda-feira (16), para o presídio do Agreste, em Girau do Ponciano. Os parentes reclamam da falta de informações e maus-tratos aos presos.
A Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) informou que a transferência é uma medida segurança para evitar motins. Antes dela ser feita, agentes e militares fizeram uma vistoria nas celas.
Familiares dos presos estão muito nervosos. Cícera Marques, 50, está à espera de informações sobre o filho que estava preso no módulo 2 do Cyridão. "Não sei se meu filho vai ser transferido. Estou aqui sem nenhuma notícia. Ele está preso há 10 meses porque violou a tornozeleira eletrônica. Antes ele estava em semiaberto por roubo", disse.
A estudante Samara Gonçalves, 21, também estava esperando notícias do irmão que foi preso há um mês por tráfico de drogas. "Ninguém vem aqui nos dizer nada sobre as visitas, não sei como meu irmão está, o que está acontecendo lá dentro. Vi um caminhão com colchões e lençóis ensanguentados passarem. Quero notícias", relatou a estudante.
Patrícia Cristina diz que o irmão está preso há 2 anos e 6 meses. Ela reclama que as informações que os familiares recebem são poucas. "O que foi passado pra gente é que esses 240 presos estão sendo transferidos desse novo presídio. Eles passaram a noite de ontem e estão indo para o Agreste. Os presos do Cyridião serão transferidos em março para esse novo presídio, quando for inaugurado", diz.
Esta é a segunda tranferência em um período de 24 horas. No domingo (15), outros 240 presos foram transferidos para o Presídio de Segurança Máxima, que estava desativado. No mesmo dia, 600 detentos foram movimentados em presídios do Sistema Prisional.
Para a transferência desta segunda, viaturas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Radiopatrulha (RP) e os helicópteros Falcão 2 e Falcão 3 foram ao local dar reforça ao Grupo de Escolta, Remoção e Intervenção Tática (Gerit).
Os presos saíram da Penitenciária de Segurança Máxima (PSM) para o Agreste. Familiares de alguns deles acompanharam a movimentação em frente ao sistema prisional.
Na última quinta-feira, dois detentos que cumpriam pena na Casa de Custódia, conhecida como Cadeião, que fica dentro do Sistema Prisional, em Maceió, foram achados mortos. Agentes penitenciários encontraram os corpos em módulos da unidade. De acordo com o promotor de Execuções Penais, as mortes não estão relacionadas.
Fotos dos mortos foram divulgadas pelos agentes penitenciários. As imagens são fortes. Em primeira vista, os corpos parecem estar desfigurados. Um deles está com o rosto coberto com um pedaço de pano e, o outro, revestido com um colchão e lençóis.
No último dia 6, uma vistoria foi feita em presídios de Maceió para evitar rebeliões no estado. Na ocasião, foram apreendidos aparelhos celulares e armas artesanais.
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