segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Polícia ouve produtores que caíram em golpe em São Roque de Minas

A Polícia Civil em São Roque de Minas começou a ouvir produtores rurais lesados no golpe de falsificação de medicamentos para animais descoberto na última sexta-feira (27). Os investigadores estimam que 150 fazendeiros tenham sido vítimas. Dois homens, de 33 e 44 anos, foram presos suspeitos do crime.

Enquanto as versões originais dos remédios custam em média R$ 1,2 mil no mercado legalizado, as cópias eram vendidas por valores entre R$ 250 e R$ 500. Os criminosos costumavam usar rótulos com informações do produto original, mas em embalagens de tamanhos diferentes.

De acordo com o investigador Heder Lopes Florentino, já se sabe que os suspeitos agiam em várias propriedades rurais de São Roque de Minas, na região da Serra da Canastra. "Um dos dois autores confessou que já trabalhava na área de vendas ilegais há aproximadamente quatro meses", relatou.

Cerca de 180 notas fiscais falsas também foram apreendidas. "Conforme foi apurado, eles conseguiram contato e descobriram a empresa através de propagandas televisivas. É uma empresa já conceituada no mercado e viram nisso a oportunidade de lucrar", acrescentou.

Prejuízos
A produtora rural Cecília Maria da Silva foi uma das vítimas. Ela mostrou aos investigadores o que restou do material falsificado que comprou. "Meu filho que estava aqui no curral. Um homem chegou e chamou por ele. Eles conversaram e meu filho comprou. Como estava com a mão suja e não podia assinar, pediu que eu assinasse a nota. Eu assinei, o homem entregou o produto e foi embora", disse.

O produto foi adquirido para o controle de parasitas, mas, segundo a produtora rural, o medicamento não fez efeito e ainda prejudicou o rebanho. "Os animais encheram de carrapato e o mamite aumentou. Tem vaca que pode perder a mama. É uma coisa que o homem garantiu que não aconteceria", reclamou.

O gerente de vendas Rogério Davi é um dos que também estiveram na delegacia e contou que a empresa dele só descobriu que foi vítima do golpe depois que clientes começaram a reclamar da qualidade do medicamento.

"A gente tem relatos semanais de clientes que ligam para nós ou pedindo uma orientação ou fazendo uma reclamação e a gente identifica que esse cliente não possui cadastro na empresa. Passamos todas as instruções ao cliente. Descobrindo que ele pagou um preço incoerente com o da realidade, a gente informa que provavelmente se trata de um golpe e passa todas as instruções para que ele procure a polícia e faça uma denúncia", disse.

A prisão
De acordo com a Polícia Militar (PM), os suspeitos estavam em uma caminhonete com mais de 180 notas fiscais falsificadas que teriam sido emitidas em várias cidades, além de cheques e suplementos alimentares para animais.

Na casa deles foram apreendidos baldes, adesivos, colorantes e sal. Os militares disseram que esses itens seriam usados pela dupla na adulteração. A dupla foi detida em flagrante.

O gerente comercial Felipe Augusto de Oliveira disse que o mercado de produtos veterinários sofre com falsificações há cerca de um ano e que Minas Gerais é o principal polo de atuação dos falsificadores.

A empresa dele adotou medidas para estimular denúncias por parte dos clientes. Com isso, vários documentos que podem servir como evidências da falsificação foram encaminhados à Polícia Civil.

saiba mais

0 comentários:

Postar um comentário