A Secretaria Municipal de Saúde aguarda mais informações para investigar o possível primeiro caso congênito de zika vírus, em Juiz de Fora. A paciente é uma menina de 1 ano e 2 meses, que nasceu em novembro de 2015, antes dos primeiros casos da doença se tornarem públicos no país.
A suspeita foi um dos pontos abordados em uma matéria no MGTV em outubro de 2016, quando exames iniciais apontavam a possibilidade, mas o diagnóstico ainda seria confirmado (veja o vídeo acima). Na época, a mãe, Jéssica Correia, contou que teve dengue duas vezes e os sintomas durante a gravidez, mas exames descartaram a doença. A filha nasceu com má formação no cérebro e quase um ano depois veio a suspeita de que o zika vírus tenha provocado o problema na criança.
“Além do diagnóstico que o hospital tinha dado de má formação e hidrocefalia, depois que teve alta ela foi para casa e começou a ter uma crise convulsiva, aí foi constatado que ela tinha epilepsia. Depois de um tempo sem dar as crises, com acompanhamento do neurologista, a gente começou a desconfiar e fomos fazer os exames, que constataram que eu tive zika. Tudo sugere que foi durante o período da gravidez”, explicou Jéssica.
A chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde, Michelle Freitas, disse que o médico que acompanha o caso será orientado para passar mais informações para a investigação detalhada.
"O que a gente tinha de documento deste caso seria a declaração de nascimento, onde ainda não constava a anomalia. Neste mês, a gente recebeu a ficha de notificação, mas ainda sem muitos dados e exames confirmando a possível infecção pelo zika vírus", disse.
Ela destacou que por ser um caso diferenciado, exige um procedimento burocrático diferente.
"Há um formulário online, o Registro de Evento de Saúde Pública, que precisa ser preenchido de forma detalhada para que a gente possa acompanhar e investigar o caso. Muitos profissionais não têm o conhecimento disso e iremos orientá-lo para fazer a notificação da maneira adequada, para a investigação do histórico da mãe e da criança e também o acompanhamento", explicou a chefe do Departamento.
Michelle Freitas lembrou a importância dos médicos notificarem os casos à Prefeitura o quanto antes. "Esta paciente é de antes mesmo de a gente ter dados oficiais de casos de zika no município. No entanto, agora, diante da epidemia, precisamos que os médicos façam as notificações das suspeitas para iniciarmos a investigação o quanto antes".
Durante a epidemia de dengue, zika e chikungunya, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti em 2016, foram registrados 13 casos de gestantes contaminadas pelo vírus da zika. O boletim epidemiológico mais recente, divulgado pelo Estado em 16 de janeiro, aponta 28.834 casos prováveis de dengue na cidade. Por isso, Michelle reforça a importância de que os moradores combatam os focos em suas casas.
"As pessoas precisam verificar as casas e prevenir. Neste ano, ainda tem a possibilidade da febre amarela, também transmitida pelo Aedes, então a gente pede que a população tire os dez minutos diários para combater o mosquito", afirmou.
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