A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) emitiu uma nota técnica para alertar os profissionais de saúde para que "se mantenham sensíveis" na identificação precoce de casos suspeitos de febre amarela. Na nota, a pasta considera o "cenário epidemiológico nacional de reemergência da doença". Destaca ainda que, no Ceará, não existe confirmação da doença há, no mínimo, 17 anos. Em Minas Gerais, 32 mortes pela doença foram confirmadas.
A Sesa orienta que a doença é de notificação compulsória e imediata e todo caso suspeito deve ser prontamente comunicado às autoridades sanitárias, "por se tratar de doença grave com risco de dispersão para outras áreas do território nacional e mesmo internacional".
A situação mais grave no Brasil atualmente é observada em Minas Gerais, onde a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou nesta segunda-feira (23) que investiga 83 mortes suspeitas por febre amarela. O governo do estado já considera este o pior surto da doença já registrado em Minas Gerais.
Quatro estados (Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e São Paulo) e o Distrito Federal investigam casos suspeitos da doença.
A doença
A febre amarela silvestre é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), que pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente. A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.
A doença se torna aparente de três a seis dias após a infecção, de acordo com o Ministério da Saúde. Os sintomas iniciais são febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maior parte das pessoas apresenta uma melhora após tais sintomas.
Cerca de 20% a 40% das pessoas que desenvolvem a versão mais grave da doença (15% do total de infectados) podem morrer.
Como o surto está concentrado fora das regiões urbanas, o Ministério da Saúde recomendou a imunização para todas as pessoas que residem em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e aqueles que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata. Os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro estão fora da área de recomendação para a vacina.
Em 2016, foram confirmados sete casos da doença, nos estados de Goiás (3), São Paulo (2) e Amazonas (2), sendo que cinco deles evoluíram para óbito. Atualmente, o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre. Os últimos casos de febre amarela urbana (transmitida pelo Aedes aegypti) foram registrados em 1942, no Acre.
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