O despejo irregular de lixo e animais mortos em vários pontos da margem do Rio Mamoré tem causado revolta e preocupação aos moradores dos bairros Almirante Tamandaré e Cristo Rei, em Guajará-Mirim (RO), a 330 quilômetros de Porto Velho. Segundo os moradores, os resíduos são despejados à noite e é comum caírem na correnteza e serem arrastados para outras localidades, prejudicando os ribeirinhos que utilizam a água do rio para tarefas domésticas e consumo próprio.
Após receber várias denúncias anônimas nesta semana, a Polícia Militar Ambiental encontrou diversos pontos das margens do Mamoré poluídos. Um dos pontos está situado no Bairro Almirante Tamandaré, em um local conhecido popularmente como 'Lage de Pedras'. Ninguém foi preso.
Em entrevista ao G1 nesta quinta-feira (23), o pedreiro João Cardozo disse que constantemente vê pessoas jogando os resíduos em carrinhos de mão, sem nenhum receio ou dificuldades, pois não há fiscalização das autoridades competentes no local, principalmente no período noturno.
"É uma falta de respeito com os moradores e com a própria natureza. Tem gente que vive dessa água, que lava louça, roupa, toma banho, bebe e até usa para cozinhar, mas as pessoas não têm consciência que estão prejudicando outras e a si mesmas. Todo dia jogam lixo aqui e ninguém faz nada", reclama.
registrou ocorrência na delegacia da cidade
(Foto: Júnior Feitas/G1)
De acordo com o policial ambiental Everaldo Ribeiro, uma guarnição apurou as denúncias, mas nenhum infrator foi flagrado despejando lixo no local. Os policiais constataram o crime ambiental através de imagens e comunicaram o fato através de um boletim de ocorrência na Delegacia Regional de Polícia Civil.
"Foi solicitado que a Polícia Civil faça uma perícia para constatar que o local é inadequado para o depósito de lixo. O município tem um serviço de coleta, caso o morador tenha bastante lixo para despejar, que contrate um carro de frete para conduzir até o lixão, pois lá é o local correto para jogar lixo", diz o policial.
Carcaças de bichos, garrafas pet e outros materiais plásticos são os objetos mais comuns encontrados nas fiscalizações. Everaldo comentou também sobre os riscos ambientais causados pela poluição do solo e da água, e que a corporação vai intensificar as fiscalizações para inibir essa prática.
"A flora e a fauna aquática são prejudicadas diretamente, além das pessoas que não tem poço e usam a água do rio, isso acaba afetando a saúde deles também. Ano passado recebemos um relato de um pescador que pescou um peixe grande que estava com uma garrafa plástica no estômago. É crime ambiental e se alguém for flagrado jogando lixo durante patrulhamento será conduzido à delegacia, podendo responder criminalmente por isso e também pagar multa", explica.
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