Esposa e sogra de Roberto esperam corpo em funerária de Ariquemes (Foto: Ana Claudia Ferreira/G1)Uma família espera há mais de 24 horas o corpo de um homem, assassinado a tiros, para dar início ao velório em Ariquemes (RO), no Vale do Jamari. Conforme os parentes, Roberto Santos Araújo morreu na quarta-feira (1°), mas o corpo ainda não foi liberado do Instituto Médico Legal (IML). Com isso, a família da vítima aguarda na recepção de uma funerária do município a chegada do corpo.
Para a sogra de Roberto, Silvana Alves da Silva, a demora é um absurdo. "Revoltante. É desumano passarmos por isso, além da dor de perder um ente querido, ainda precisamos enfrentar a demora da liberação do corpo. Sofro também pela minha filha e netos. Queremos apenas se despedir dele", reclama.
Segundo registro policial, Roberto foi atingido por disparos de arma de fogo na última quarta-feira (1°) no Km 52 da RO- 257, zona rural de Ariquemes. De acordo com a Polícia Militar (PM), uma motocicleta foi encontrada ao lado do corpo da vítima, que estava com diversos documentos de veículos e dinheiro. Nenhum suspeito de ter cometido o crime foi localizado e a Polícia Civil investiga o caso.
Segundo a esposa, Jaqueline Silva de Azevedo, foi difícil contar para os filhos sobre a morte do pai. Não entende o motivo dessa demora, não tenho força para entender o que acontece com o IML, diante da dor que estou sentindo. "Queria já ter enterrado meu marido, e o único sentimento que tenho é dor e revolta", desabafou.
A responsável pela funerária que vai fazer o enterro da vítima, e onde a família aguarda a chegada do corpo que foi enviado para o IML de Porto Velho, devido a interdição do órgão em Ariquemes, explica que com a demora, o trabalho para preparar o corpo vai ser muito delicado.
"O veículo que faz o transporte não possui câmera fria, e fato de ter ficado algumas horas no IML de Ariquemes, que também não tem câmera fria, esse corpo vai chegar pra gente em estado de decomposição, e nós precisamos fazer um trabalho minucioso, para que a família possa velar esse familiar de forma digna", explicou.
Ainda segundo a responsável pela funerária, eles trabalham com a previsão de entregar o corpo pronto para o velório somente na madrugada de sexta-feira (3), e esse transtorno aumenta o valor cobrado da família pelo serviço feito.
Interdição
O Instituto Médico Legal (IML) de Ariquemes, na região do Vale do Jamari, está interditado desde o dia 12 de janeiro por falta de infraestrutura e médicos legistas. O Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero) resolveu pela interdição ética após uma fiscalização no local.
Ao G1, a assessoria do Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero) informou que o órgão está atualizando o caso e deve enviar uma nota a imprensa sobre o assunto. Já a assessoria da Polícia Civil, que é responsável pelo funcionamento do IML, disse à reportagem que está verificando a situação.
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