Hospital de RR não tem remédios para vítimas de AVC, diz denunciante

Parte das medicações e materiais comprados pela acompanhante (Foto: Deuzanira Pires/Arquivo pessoal)

A acompanhante Deuzanira Pires, que está com a cunhada de 40 anos internada no Hospital Geral de Roraima (HGR), denunciou nesta segunda-feira (20) a falta de remédios para tratar de pacientes com Aneurisma Vascular Cerebral (AVC) na unidade.

Sem medicamentos no hospital, ela diz que familiares são 'obrigados' a comprá-los. Entre os remédios que ela disse ter adqurido para a cunhada, estão o fenitoína de 100 mg, omeprazol de 40 mg, nimodipino de 30 mg e sinvastatina.

Notas do que Deuzanira comprou após cunhada
ser internada no HGR
(Foto: Deuzanira Pires/Arquivo pessoal)

Deuzanira afirma ter gasto cerca de R$ 1,5 mil com medicamentos e equipamentos desde que a cunhada foi internada.

A paciente deu entrada na unidade no dia 6 de março. A situação foi denunciada no Ministério Público do Estado nesta segunda.

"Nos vemos obrigados a comprar as medicações receitadas pelo médico. Aqui falta tudo, é uma situação de calamidade, de descaso com os pacientes. Eu ainda tive como comprar, e os outros pacientes? Tem uma menina aqui que grita de dor, pois a família dela não tem de onde tirar", relata Deuzanira.

Seringas, equipo [ferramenta usada no soro], lençóis de cama, papel higiênico e outros itens também integram a lista de materias comprados pela acompanhante.

"Primeiro pedi ajuda dentro do hospital, na administração, mas não recebi retorno. Cheguei a ir à ouvidoria, mas não achei ninguém. Foi então que procurei a direção interna, e eles solucionaram o problema de ar condicionado, mas só", disse.

'Regularização do fornecimento deve ocorrer em até 30 dias', diz Sesau
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que o medicamento fenitoína já se encontra disponível no HGR. Já os medicamentos omeprazol, nimodipino e sinvastatina estão em fase de aquisição e a regularização do fornecimento deve ocorrer em até 30 dias.

Conforme a nota, nesta segunda-feira (20), a unidade está abastecida com seringas e equipos de soro e há lençóis suficientes para atender a demanda do hospital, tendo inclusive trocas programadas.

"A Sesau orienta que em casos de dificuldade no acesso a algum item específico, os pacientes ou acompanhantes procurem a direção da unidade, uma vez que o item pode estar em falta no hospital, mas disponível na Coordenação de Assistência Farmacêutica, responsável por esta distribuição", orientou.

Quanto aos itens em falta, a Sesau afirmou que "o governo precisa seguir normas rígidas para aquisição de medicamentos e materiais, e isso, além da distância dos principais fornecedores, dificulta a aquisição de alguns itens".

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