terça-feira, 21 de março de 2017

Justiça nega soltura a sete policiais acusados de chacina em Fortaleza

Por temor, testemunhas de chacina no CE depõe afastados de policiais (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)Por temor, testemunhas de chacina no CE depõe afastados de policiais (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

O Tribunal de Justiça do Ceará negou nesta terça-feira (21) o habeas corpus que daria liberdade a sete policiais acusados de envolvimento na chacina da Messejana, que vitimou 11 pessoas em Fortaleza novembro de 2015. A Justiça já havia negado a soltura dos PMs em outras ocasiões. Meses após o crime, 44 policiais foram presos, e um deles obteve liberdade.

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De acordo com a decisão que manteve os policiais presos, "a prisão cautelar dos acusados se faz necessária no intuito de resguardar as vítimas sobreviventes, seus familiares e as testemunhas até a conclusão processual".

As defesas dos réus alegaram haver ausência de indícios de autoria e materialidade dos delitos, necessários ao recebimento da denúncia, de modo que falta "a justa causa para a instauração e a continuidade do procedimento penal em desfavor deles".

Na mesma sessão, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negou ação judicial feita pela defesa de dois policiais militares também envolvidos na chacina que questionava a manutenção da prisão dos acusados. O recurso foi ajuizado no TJCE contra decisão do juiz Antônio Pádua, que negou liberdade aos réus. A defesa pleiteou o trancamento da ação, mas o Colegiado não concedeu o pedido.

Onze homicídios
A Chacina se refere aos assassinatos ocorridos em novembro de 2015, no Bairro Messejana, em Fortaleza. Ao todo, 11 pessoas foram mortas e sete vítimas de crimes distintos. A denúncia foi feito pelo MPCE contra 45 policiais militares. A denúncia foi recebida em relação a 44 deles e em seguida foi decretada a prisão preventiva dos suspeitos.

Considerada a maior da história do Ceará,  a chama Chacina de Messejana teria sido uma vingança pela morte do soldado da Polícia Militar Valetmberg Chaves Serpa, assassinado horas antes ao proteger a mulher em uma tentativa de assalto.

A sequência de homicídios ocorreu em menos de quatro horas. Quase todas as vítimas tinham menos de 20 anos e apenas duas com passagem pela polícia: uma por acidente de trânsito e a outra por falta de pagamento de pensão alimentícia. “Disseram que era a polícia e eu deixei o meu filho sair. Deitaram ele no chão e, em poucos minutos, ouvi os tiros”, relata Edileudo Mendes, pai de uma das vítimas de apenas 17 anos.

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