Devoto de São José desde os 12 anos, o professor de educação física Oclemis Pantoja, de 45 anos, tem muita história de graças que ele atribui ao santo padroeiro de Macapá e do estado do Amapá. No fim de 2016, ele conta que passou por uma provação ao superar um câncer e se autointitula 'um milagre'.
“Uma cirurgia com essa proporção, tiraram parte do meu estômago, do fígado e do intestino delgado e hoje eu estou aqui, eu não sinto nada de dor por isso. Para mim, foi um milagre o que aconteceu. Agradeço muito a São José por tudo isso”, agradeceu Oclemis.
Belém (Foto: Oclemis Pantoja/Arquivo Pessoal)
O professor foi operado de hemorroida hemorrágica em outubro de 2016. Em vez de se recuperar, ele continuou doente. Após um exame de ultrassonografia de abdome total, recebeu o diagnóstico de que estava com câncer no estômago, com um tumor que também atingiu o fígado e o intestino delgado. Em Macapá, os médicos haviam dito que ele não tinha chance de sobreviver à doença.
“Os médicos daqui [Macapá] me desenganaram. Minha esposa sugeriu que eu fosse me consultar em Belém. Levamos exame de sangue e o laudo ao Hospital Ophir Loyola, especializado em tratamento oncológico. Fui para a consulta e já fui internado urgente. O médico disse que a única oportunidade que eu tinha era resistir à cirurgia”, contou Oclemis.
Com poucas chances de resistir ao procedimento cirúrgico, mas, com fé, o devoto diz que rezou e pediu pela saúde dele a São José.
“Antes da cirurgia, eu estava deitado no leito, me veio uma visão de São José, levantei as mãos e pedi a ele que intercedesse por mim, na minha cirurgia, para que eu estivesse sempre com ele”, descreveu Oclemis.
A cirurgia aconteceu no dia 13 de dezembro e durou mais de 8 horas. Segundo Oclemis, os médicos retiraram parte do intestino dele, e do estômago e 60% do fígado, num procedimento considerado de alto risco.
Atualmente, ele continua morando em Macapá, e faz viagens mensais à Belém, para continuar o tratamento com sessões de quimioterapia, que segue até julho. “É uma batalha, mas eu tenho fé que eu vou conseguir vencer”, acrescentou.
Gravidez de risco
Oclemis é casado há mais de 20 anos com a professora Regina Teixeira, de 48 anos. Em 1997, a família também passou por uma provação, quando ela estava grávida. Na terceira tentativa, o casal conseguiu engravidar. Perto dos 8 meses, Regina teve que passar pelo parto.
“Tivemos muitos problemas. A placenta se deslocou e impedia a criança de se desenvolver. Quando eu fui para a maternidade, quase que perdendo a criança, ele fez uma promessa a São José, para que segurasse, que ajudasse a não perder esse bebê, e que, se nascesse homem, porque ainda não sabíamos o sexo, ele levaria o nome de José. Eu tive que fazer cesárea e ele nasceu de 8 meses”, lembrou Regina.
pedido do pai dele ter sido atendido
(Foto: Fabiana Figueiredo/G1)
O menino hoje tem 19 anos e assumiu José no nome. Ele aprendeu com o pai a ser também devoto do santo.
“Eu venho crescendo sob essa devoção. Aprendi muito com meu pai. Nós temos um vínculo enorme com São José. Não sei explicar, mas é muito bom. São José é pai, criou Jesus e eu agradeço muito a ele por ter intercedido pela saúde do meu pai”, falou o estudante José Pantoja, que se considera um milagre.
Ele é o único filho que o casal tem em comum. Cada um tem outros dois filhos de relacionamentos anteriores.
Devoção em família
Tornar-se fiel a São José foi resultado da promessa que a mãe de Oclemis fez há mais de 30 anos.
“Sou devoto de São José desde os 12 anos. Eu era ajudante numa oficina de ferragens e tive um acidente que entraram fagulhas nos meus olhos. Eu tive que fazer uma raspagem. Na cirurgia, minha mãe fez uma promessa de que, se eu tivesse minha visão de volta, eu iria todos os anos para a procissão de São José. Desde então sou devoto e não perco uma procissão”, lembrou Oclemis.
Neste domingo (19), dia do padroeiro e da procissão, Oclemis lamenta, mas não vai poder acompanhar a festividade. Ele viajou nas primeiras horas da manhã para Belém, onde faz o tratamento de quimioterapia.
“Ele vai ter que compreender. Tenho fé em Deus que ele vai ter o devoto dele no ano que vem, depois que eu terminar meu tratamento. Tenho a agradecer muito a ele, porque está sendo um tratamento excelente”, agradeceu.
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