Suspeitos se passavam por juízes, promotores e delegados para conseguir pagamentos de supostas fianças e propinas a famílias de presos. Crimes aconteciam desde 2014, segundo o delegado.
A Polícia Civil do Amapá identificou dois moradores do estado do Ceará suspeitos de extorquir dinheiro de amapaenses. Há outros suspeitos que ainda não foram identificados. Os crimes, segundo a 6ª Delegacia de Polícia de Macapá, que investiga o caso, aconteciam desde 2014 no estado. Um vídeo gravado por um dos suspeitos mostra como era a ação criminosa (veja o vídeo acima).
O delegado Leonardo Brito informou que os suspeitos se passavam por juízes, promotores ou delegados e que conseguiam, através de telefonemas, saber o contato do familiar de algum preso e extorqui-lo, com a promessa de que libertariam a pessoa da cadeia.
“Rastreamos a conta e chegamos a um participante. E ele identificou esse indivíduo. A partir daí identificamos o nome completo, o percurso do dinheiro e verificamos através de vídeos e ligações o modus operandi do indivíduo. Ele ligava [para órgãos públicos], procurava saber quem era a autoridade de plantão, se passava por essa pessoa, ligava para o familiar do preso, e pedia um dinheiro a título de fiança e a título de propina”, descreveu Brito.
Segundo ele, o suspeito identificado foi preso em março no Ceará. Ele colaborou com as investigações, como a da gravação de um vídeo da ação, e ajudou a identificar o outro suspeito, que está foragido.
A delegacia tem 4 casos semelhantes sob investigação, com valores extorquidos entre R$ 300 e R$ 2 mil, relativos a fianças. De acordo com o delegado, o crime deve ter acontecido mais vezes, porque pode ter ocorrido de a vítima não registrar o boletim de ocorrência por medo também de ser presa pelo pagamento da propina.
“Isso deve ter ocorrido inúmeras vezes. A pessoa deve ter pago alguma quantidade de propina e não ter revelado isso a uma autoridade. Porque é um crime também pagar propina a uma autoridade, juiz, promotor. Infelizmente, não temos todos os casos, temos 4 casos bases”, comentou.
Segundo Brito, só pode ser preso quem deu dinheiro para os criminosos a título de propina.
“O suspeito está foragido. A dificuldade toda é que os infratores residem no estado do Ceará e nós contamos com a colaboração da Polícia Civil desse estado para poder prender esses indivíduos”, concluiu Brito.
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