quarta-feira, 24 de maio de 2017

Para fugir de atoleiros na BR-156, no AP, motoristas estariam tendo que pagar por pedágio a índios

Cobranças vão de R$ 20 a R$ 100, dependendo do veículo, segundo usuários. Funai disse que fez acordo na sexta-feira (19); Dnit reforçou que obras para normalizar situação só acontecerão no verão.

Desvio foi opção encontrada por usuários para evitar atoleiros na BR-156 (Foto: Isan Oliveira/Arquivo Pessoal)Desvio foi opção encontrada por usuários para evitar atoleiros na BR-156 (Foto: Isan Oliveira/Arquivo Pessoal)

Desvio foi opção encontrada por usuários para evitar atoleiros na BR-156 (Foto: Isan Oliveira/Arquivo Pessoal)

Índios da aldeia Tukay, a cerca de 90 quilômetros de Oiapoque, ao Norte do Amapá, estão cobrando pagamento para liberar a passagem de veículos que utilizam uma rota que passa em terras indígenas, por causa dos atoleiros no trecho Norte da BR-156, afirmam motoristas. As taxas, caracterizadas pelos usuários da rodovia como pedágios, custam, segundo eles, entre R$ 20 e R$ 100.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que fez um acordo na sexta-feira (19) com os indígenas para que não cobrem mais os valores. Segundo motoristas, na madrugada desta terça-feira (23), as taxas continuavam sendo cobradas.

Empresária em Oiapoque, Nedes Sobaszek, de 50 anos, conta que passou pelo desvio na estrada na madrugada desta terça-feira e precisou pagar R$ 40 aos índios. Segundo ela, a cobrança continua na região indígena, por muitos índios, e, se não há pagamento, o veículo não passa.

“Quando a estrada estava intrafegável, há uns 20 dias, a princípio estavam deixando passar por dentro da aldeia. Eles cobram de R$ 20 a R$ 100. Depois o cacique proibiu, e o pessoal fez um desvio por cima. Lá os índios colocaram uma porteira, ficaram de um lado e de outro e precisa pagar para passar. Até carro do Ministério Público tem que pagar para passar. Só não cobram do carro da Funai”, reclamou Nedes.

A advogada Helena Monteiro, de 43 anos, moradora de Oiapoque, afirmou que passou no local na madrugada do dia 16 de maio e foi cobrada em R$ 30. Segundo ela, o percurso tem cerca de 100 metros, perto da terra indígena, após o rio Uaçá, do lado direito da rodovia para quem segue para o Norte.

“Possui uma cancela que só é liberada após o pagamento feito diretamente aos índios que pernoitam na estrada aguardando os carros, a qualquer hora. Passei terça-feira [16] de caminhonete, era aproximadamente 2h30 quando pagamos R$ 30”, contou Helena.

Usuários enfrentam dificuldades no trecho desde o início das chuvas na região (Foto: Reprodução/Rede Amazônica no Amapá)Usuários enfrentam dificuldades no trecho desde o início das chuvas na região (Foto: Reprodução/Rede Amazônica no Amapá)

Usuários enfrentam dificuldades no trecho desde o início das chuvas na região (Foto: Reprodução/Rede Amazônica no Amapá)

O coordenador regional da Funai, Paulo Artur Negreiros, informou que orientou às lideranças da aldeia para que não cobrem o “pedágio de quem precisa passar por dentro da aldeia” e, segundo ele, desde então, a instituição não recebeu reclamações.

Negreiros falou ainda que Tukay é uma das aldeias que serão realocadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O superintendente da instituição no Amapá, Fábio Vilarinho, informou que, quanto a obra, há recursos, mas que os trabalhos só poderão ser realizados durante o verão.

“Quando para a chuva, a gente faz intervenção na rodovia. Só que os usuários têm que ter paciência, estamos sempre informando através da imprensa, que, se continuar chovendo, não temos o que fazer, a não ser dar assistência aos veículos. Essa é uma estrada vicinal da aldeia. É uma marginal que pertence à aldeia, de uso interno deles. É uma alternativa. Só que os índios não querem que seja usada”, comentou o superintende do Dnit.

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