Quem passou pela rua Tiradentes, no Centro de Macapá, na manhã desta quarta-feira (21), presenciou um protesto um tanto inusitado. O cadeirante Fernando Oliveira, de 50 anos, parou em frente a um ônibus e impediu o tráfego após o elevador de acessibilidade apresentar defeito.
Presidente da Associação de Deficientes Físicos do Amapá (Adefap), Oliveira destacou que o ato representa uma luta dos cadeirantes da capital que enfrentam diariamente dificuldades para usar o transporte coletivo. Ele chegou a fazer protestos similares outras vezes, o último ocorreu no dia 13 de junho, quando o elevador de outra empresa de ônibus também não funcionou.
“Nós temos direito de ir e vir. O ônibus se diz acessível, mas não é verdade. Tem muitos motoristas que deixam de parar para cadeirantes para não prestarem o serviço do elevador. Isso acontece com muitos amigos meus. Os passageiros quiseram até me tirar a força da rua, para o coeltivo seguir viagem”, disse revoltado por não encontrar apoio.
A Companhia de Transporte de Trânsito de Macapá (CTMac) recolheu o ônibus, que estava atrapalhando a passagem de outros veículos, o que tornou o tráfego lento na região. A empresa de transporte foi notificada. A CTMac destacou também que realiza constantes fiscalizações em garagens para constatar a acessibilidade nos coletivos.
Para o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap), o recolhimento do ônibus foi uma ação exagerada devido o horário de pico de passageiros. O Setap informou que o veículo é novo e o problema pode ser resolvido em duas horas de manutenção.
Fernando Oliveira pede melhorias no serviço público e mais atenção com os deficientes físicos. Segundo ele, alguns cadeirantes são deixados porque os motoristas evitam utilizar do elevador de acessibilidade.
“Muitas vezes chegamos atrasados em consultas médicas ou qualquer outra situação que temos que resolver na rua por causa de ônibus que não presta ou por motoristas que não param para cadeirantes. Nós não somos cachorros para sermos deixados para trás”, finalizou.
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