sexta-feira, 21 de julho de 2017

Falso sequestro, estelionato, falsa promoção e e-mails falsos: confira as dicas para não cair nestes golpes

Dez golpes de estelionato e fraude foram registrados nos primeiros 15 dias de julho, em Vilhena (RO), a cerca de 700 quilômetros de Porto Velho, segundo a polícia. O delegado da Polícia Civil Núbio Lopes de Oliveira, conversou com o G1 e fez recomendações para que a população evite cair em golpes.

“Os tipos de ação são planejados e apelam para o emocional e psicológico das vítimas”, afirma, "são usadas inúmeras formas para iludir", conclui Lopes.

Golpes podem acontecer através do computador, telefone ou pessoalmente (Foto: Christian Wentz/G1)Golpes podem acontecer através do computador, telefone ou pessoalmente (Foto: Christian Wentz/G1)

Golpes podem acontecer através do computador, telefone ou pessoalmente (Foto: Christian Wentz/G1)

Os principais golpes aplicados são o do falso sequestro; parente em viagem que quebrou o carro e liga pedindo dinheiro; promoções que dão prêmios, se fizer um deposito antes; e-mails de bancos com ameaçadas de colocar o nome em protesto; e-mails de órgãos como a receita federal fazendo ameaças; e-mails dizendo que têm mensagens de mídias sociais arquivadas.

Um dos casos registrados no município é o de uma mulher de 53 anos que perdeu cerca de R$ 22 mil após conhecer um casal, durante uma troca de um veículo. A vítima alega que fez transferência para a conta do casal, mas não recebeu o veículo. Além disso, no boletim, afirma ainda que furtaram um celular dela.

“Nesses casos é preciso ter muito cuidado, pois a sempre pessoas age de má fé. Procure fazer negócios em locais seguros e evitem sites de origem duvidosas e anúncios chamativos, com muitas facilidades”, explica Núbio.

Conforme o delegado, a questão financeira influencia muito na decisão. "Quando se trata de dinheiro, quase todo mundo acaba caindo nesses golpes. É uma questão cultural e a atual situação de crise que o país vive colabora para isso”, declara.

"Nenhum dinheiro vem fácil. Outra dica importante: nunca assine nada sem ler atenciosamente", enfatiza o delegado.

E-mails e mensagens de desconhecidos e promoções duvidosas não devem ser repondidos (Foto: Christian Wentz/G1)E-mails e mensagens de desconhecidos e promoções duvidosas não devem ser repondidos (Foto: Christian Wentz/G1)

E-mails e mensagens de desconhecidos e promoções duvidosas não devem ser repondidos (Foto: Christian Wentz/G1)

É importante que, nos casos em que as pessoas recebem as ligações, evitem de citar nomes e dar mais informações pessoais e familiares. “Mantenha a calma, respire e raciocine antes de repassar ou acatar qualquer orientação”, diz o delegado.

Confira abaixo como acontece alguns dos casos mais comuns:

Falso Sequestro

Como funciona: O telefone toca e uma voz, que pode ser de homem ou de mulher, fingindo choro, que diz que foi sequestrado. O suposto sequestrador sempre pede uma quantia em dinheiro ou recargas para telefone celular.

“Nestes casos a melhor opção, em primeiro lugar é se acalmar, analisar a situação. Depois desligar o telefone, entrar em contato com a pessoa que suspostamente está refém. Sequestradores não pedem pouco dinheiro ou recarga de celulares”, conta o delegado.

Parente em viagem que quebrou o carro e liga pedindo dinheiro

Como funciona: O telefone toca e uma voz, que pode ser de homem ou de mulher, alega ser um parente, que está em viagem e o veículo quebrou, pedindo dinheiro.

“Nessa situação faça o máximo perguntas e o mais importante, não saia dizendo os nomes de parentes, desligue o telefone e tente conversar com outros parentes para saber mais detalhes”, explica.

Promoções que dão prêmios, se fizer um depósito antes

Como funciona: Através de chamadas telefônicas, mensagens em aplicativos de celular e sms. O golpe consiste em afirmar que a vítima ganhou uma quantia em dinheiro, mas que para receber, deve depositar outra quantia em alguma conta.

“Pense que nenhum dinheiro vem fácil. No caso, se ganhou determinada quantia, por quê tem que depositar outra para receber? Isso já mostra que é golpe”, conta o delegado.

E-mails de bancos e órgãos federais

Como funciona: A mensagem vem na caixa de entrada, geralmente como o Título: 'Intimação Para Comparecimento Em Audiência (19289)' ou 'Sua conta do banco será bloqueada'

Exemplo de e-mail fraudulento (Foto: Reprodução)Exemplo de e-mail fraudulento (Foto: Reprodução)

Exemplo de e-mail fraudulento (Foto: Reprodução)

Pode-se observar que o e-mail é bem convincente e aparenta ser real. O que entrega o golpe é que quase todos órgãos federais possuem e-mails corporativos com o final @gov., diferente do mostrado no campo destacado em vermelho.

Caso a pessoa tiver alguma pendência com tais órgãos, as intimações não serão entregues desta maneira. No site do MPF, por exemplo, no rodapé da página há a mensagem abaixo:

Rodapé do site MPF (Foto: Reprodução)Rodapé do site MPF (Foto: Reprodução)

Rodapé do site MPF (Foto: Reprodução)

A mensagem abaixo é de um outro exemplo, o qual o remetente do e-mail não considerou os erros de português, caracterizando um dos indícios do golpe. No corpo do texto há a seguinte mensagem (observe os erros de digitação):

“Informamos que devido Art. 6◦, da Lei 8.078/90. Sua conta foi blloqluilada aultolmatlicamlente por moltilvo de selgulralnça. Para efetuar o delsbllolquleio, acesse nosso polrtlal clilcalndo no link abaixo. Calso não colnstatalmos o deslbloqlueio em sua clonlta será colbraldo uma talxa de Rl$ 85,45 reflerente a o envlio de um novo calrtlão palra seu enldelreço de colbranlça.”

A lei citada no e-mail, Art. 6◦, da Lei 8.078/90, é sobre o código de defesa do consumidor, que no inciso IV diz que "a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços" são direitos básicos do consumidor.

Em tempos que a tecnologia se torna cada vez mais presente no cotidiano, é bom recordar que há inúmeros tipos de golpe e a cada dia, novos golpes aparecem. “Caso ocorra essas atividades, o cidadão pode recorrer a Polícia Civil”, finaliza o delegado.

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