segunda-feira, 31 de julho de 2017

Moradores de rua em Fortaleza buscam alternativas com cursos profissionalizantes

Fortaleza tem 1,7 mil pessoas moradores nas ruas, diz prefeitura

Fortaleza tem 1,7 mil pessoas moradores nas ruas, diz prefeitura

A realidade das pessoas em situação de rua em Fortaleza permanece como uma questão presente na capital. De acordo com o mais recente levantamento realizado pela Prefeitura Municipal, em 2015, havia um total de 1.718 pessoas vivendo nessas condições na cidade. São pessoas que deixaram os lares e as famílias por diversos motivos, sendo o vício nas drogas um dos mais comuns.

"É uma situação de miserabilidade, em que você fica dependendo das pessoas, da solidariedade das pessoas. Também tem situação de discriminação, de preconceito", conta Mário Adriano Ferreira, que morava nas ruas.

Outra mulher, que prefere não ser identificada, passou nove anos vivendo fora de casa, tendo deixado o marido e a filha pelo vício em crack. "Não é a minha família que se afastou, fui eu quem me afastei. A minha filha chegou a dizer que eu era um má exemplo para a minha neta", diz. Formada em engenharia civil e fluente em cinco idiomas, ela resolveu lutar contra o vício para voltar para a família. "É difícil, mas é possível quando você quer. É a força do querer, basta querer que você consegue", diz.

Profissionalização

Buscando dar oportunidade para que essas pessoas saiam das ruas, o projeto Novos Caminhos, da Secretaria de Desenvolvimento Social, oferece cursos profissionalizantes visando profissões como pedreiro, porteiro, zelador. As aulas são gratuitas, mas é necessário que haja assiduidade aos cursos para que consigam benefícios, como os estágios remunerados onde são contratados pela Prefeitura.

"Esse é um trabalho que tem início, meio e um objetivo. É o de reintegrá-los no mercado de trabalho, para que com isso eles possam pagar o aluguel de uma casa e saiam da condição de rua", conta o secretário de Desenvolvimento Social, Elpídio Nogueira.

Alguns dos alunos são ainda selecionados para receber um aluguel social, para que não retornem às ruas. Atualmente, 32 pessoas são beneficiadas com R$ 421 durante seis meses, escolhidas pelo bom desempenho no curso profissionalizante, como é o caso de Fernando Teixeira. "Voltou a dignidade, a vontade de sonhar, a força de lutar pelos objetivos, voltar a ter uma casa, o nosso teto. É um grande aprendizado, aqui é só início da nossa vitória", afirma.

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