Paciente aguarda cirurgia para retirar bala de osso na coxa esquerda (Foto: Charles Pessoa/Arquivo Pessoal)
O cinegrafista Charles Maduro Pessoa, de 42 anos, internado desde o sábado no Hospital de Emergências de Macapá, deve fazer ruma nova cirurgia, informou a instituição, em nota. Ele levou um tiro na coxa durante uma briga com um policial militar no sábado (29) num posto de combustíveis no bairro Universidade, na Zona Sul de Macapá. No mesmo dia, ele passou um procedimento de emergência.
De acordo com o hospital, o estado de saúde é estável e o novo procedimento deverá ser feito no Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal). Charles está inserido na lista de pacientes para fazer a cirurgia. O prazo deve respeitar o processo de alta de pacientes que estão internados no hospital, completou a nota, não detalhando que tipo de intervenção ortopédica será realizada.
Segundo familiares, a vítima estava abastecendo o carro quando viu o policial agredir a esposa. Então ele se aproximou do casal para tentar controlar a briga, mas o militar sacou a arma e fez o disparo.
Já ao Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes) o policial alegou que a discussão iniciou porque o cinegrafista estaria alcoolizado e teria assediado a esposa dele. A corporação completa que a vítima agrediu o militar e jogou uma garrafa de vidro e por isso, o policial fez o disparo que atingiu a coxa esquerda do cinegrafista, que caiu em seguida.
Ao G1, Charles, que trabalha em uma emissora de televisão, relatou que ainda sente muitas dores e aguarda respostas dos médicos para fazer o procedimento cirúrgico. Segundo ele, a bala ainda não foi retirada do osso atingido. No hospital, os médicos informaram a família sobre a possibilidade de ele ter sequelas.
Charles Maduro Pessoa levou um tiro durante discussão com policial militar (Foto: Reprodução/Facebook)
“Fiz a primeira cirurgia para colocar os pinos que seguram mais o osso na região, porque a bala ainda não pode ser retirada. E os médicos confirmaram que se eu não fizer o procedimento, posso perder o movimento na perna”, lamentou o paciente.
Sobre a discussão, Charles sustentou que viu o policial agredir a companheira e numa tentativa de acalmar a situação, se aproximou do casal.
“Ele estava meio surtado, deu um grito, me afastei, fui lá loja de conveniência do posto, e quando voltei vi ele agredindo ela. Ao me aproximar, ele deve ter pensado que eu ia agredi-lo, então fez o disparo. Não tive nenhuma chance de defesa”, relatou.
O militar se apresentou no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), confirmou a autoria do disparo e alegou legítima defesa. A polícia não informou se o PM estava de serviço e se a arma utilizada era de uso pessoal ou da corporação.
Em nota divulgada no sábado, a Polícia Militar informou que guarnições do 1º Batalhão foram acionadas e ao chegar no local, mobilizou o atendimento de urgência. O fato foi registrado na Delegacia de Polícia Civil. A PM completou que acompanha o caso e no final, abrirá um processo administrativo de apuração.
A família de Charles ressaltou que vai procurar a Justiça para cobrar a punição do policial.
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