O índice de adolescentes grávidas registrou um aumento na Região Tocantina, segundo o número de partos realizados no Hospital Regional Materno Infantil em Imperatriz, a 658 de São Luís. Somente no passado, 385 mulheres que deram à luz eram adolescentes na faixa etária dos 12 aos 17 anos.
O hospital regional, que é uma referência para mais de 50 municípios que abrangem a Região Tocantina, que realizou somente no ano passado 7.463 partos, uma média de 620 nascimentos por mês.
A adolescente Adriele Jacinto é um reflexo do novo perfil de mães da região. Aos 17 anos, a jovem descobriu que vai ser mãe pela segunda vez, e espera que diferente da primeira gestação, consiga levar a gravidez adiante. “Eu espero que sim, porque a minha primeira gestação não foi legal, eu tive um aborto”, conta.
Casos de gravidez em adolescentes de doze ou treze anos são tratados com uma atenção especial. O hospital notifica o conselho tutelar, para assegurar os direitos da bebê e do adolescente, por se tratar um caso de estupro de vulnerável. Em seguida, é preenchido um formulário e através dessa garantia, a menina é assistida com rigor por uma equipe de profissionais.
Em 2016, cerca de 3.514 mil cesarianas e 3.914 partos normais foram realizados no hospital regional. Desse número, 98 bebês nasceram antes dos 7 meses e com baixo peso. Nesses casos, os recém-nascidos são assistidos na maternidade em um dos 160 leitos de UTI Neonatal, que é uma referência em relação a partos de risco.
Após um susto, Paloma Silva*, respira aliviada durante o nascimento da sua filha, de apenas seis meses. A jovem de 19 anos, só descobriu que estava grávida, quando entrou em trabalho de parto. “Eu menstruava normal, não sentia nenhum enjoo nem nada, nem um mal-estar assim de gravida. Porque tem mulher que passa muito mal. Tudo eu fazia como se eu não tivesse gravida, nem desconfiava. Quando eu cheguei lá na UPA, sangrando, eu fiz um exame que acusou que eu estava grávida. Só que como eu estava sangrando bastante e derramando muito líquido, eles pensaram que eu estava perdendo a neném e me mandaram para o regional”, explica.
Dos 660 partos realizados até março deste ano, 128 nasceram com baixo peso e 31 bebês são filhos de mães adolescentes. A assistente social Denise Cortês, diz que esses partos de risco têm relações com falhas no pré-natal ou a ausência dele. “A quantidade de partos prematuros, podem nos dar uma resposta a esse pré-natal que está deixando a desejar”, afirma.
Denise Cortês também explica que o perfil das mães assistidas em maternidades públicas mudou bastante, por conta da conscientização da população em relação aos serviços da maternidade. “A gente percebe que aumentou muito aquela população de rua, aumentou a população de adolescentes, gestantes vindo ganhar bebê aqui, houve uma mudança no perfil, anteriormente nós tínhamos no hospital regional mulheres de classe social mais baixa, e essa realidade mudou", finalizou.
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