Mais de 40 animais foram soltos no Piauí pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Dentre os bichos estavam papagaios, tucanos, pequenos pássaros e saguis. Durante uma semana, os animais ficaram em cativeiro sob cuidados dos técnicos do Ibama em Teresina. No período os animais puderam se recuperar dos traumas causados durante o transporte irregular.
“Aquele que tem a felicidade de chegar aqui sem uma mutilação de asa, que é muito comum. Este tem condição de passar pelo processo de treinamento, reabilitação, toda a parte do protocolo de exames e voltar para este ambiente de aclimatação na propriedade com eventual soltura”, afirmou o médico veterinário do Ibama, Fabiano Pessoa.
Reabilitados fisicamente, os animais seguiram viagem para o seu destino final, a zona Rural da cidade de Caxingó, localizada a 270Km de Teresina. A primeira parada é para liberar os papagaios que estão estressados por conta da viagem. Ele ficarão cerca de 15 dias em um grande viveiro para um período de adaptação.
De acordo com o biólogo Anderson Guzzi, a soltura destes animais acarreta em pontos importantes para a natureza. “Nós temos dois aspectos importantes, primeiro é recompor as populações naturais da região, já que ao longo do tempo esses animais foram muito cassados. A segunda vantagem é formação dos recursos humanos na parte educacional da população”, disse.
Estes animais foram libertados em fazendas parceiras do Ibama, que são importantes na preservação, cuidados e combate à caça. São os proprietários destas fazendas como Prentes Borges Teles , que financiam toda a estrutura para receber os animais.
“Faço esse trabalho há 19 anos, primeiro porque sou veterinário e também porque tenho que cumprir a legislação ambiental. Achei que tinha espaço para tratar dos animais apreendidos e ajudei. Hoje o caçador não é o da região, é gente que vêm de fora para caçar”, afirmou.
Tráfico pode ser punido a nível administrativo e criminal
O chefe de divisão técnica do IBAMA Rômulo Pedrosa, conta que o tráfico de animais silvestres é crime ambiental e afirmou que o responsável pelo tráfico de animais pode responder um processo administrativo dentro do Ibama e um outro processo criminal na Justiça. Apenas este ano, o Ibama já recebeu R$1,3 milhão em multas pagas.
“Essa falsa ideia de beleza dentro de casa é que favorece ainda a figura do traficante. Só existe traficante porque alguém compra. As sanções elas implicam em multas de R$5 mil para os que estão em ameaça de extinção e R$500 para os que não estão nessa lista. Se for constatado o transporte desses animais, o infrator ainda perde o veiculo, que é apreendido”, disse.
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