O defesa de Ozibenilson Oliveira de Souza, de 23 anos, suspeito de afogar os dois enteados, de 6 e 9 anos no município de Tartarugalzinho, no Amapá, afirmou que a relação do cliente com as crianças era familiar, tratando os meninos como se fossem filhos dele. “Ele jamais faria isso, pois tratava os enteados como filhos e saiu à procura dos meninos no dia da morte. Meu cliente está sendo injustiçado”, informou o advogado Ruan Dias.
Tratado inicialmente como um acidente por afogamento, a Polícia Civil caracterizou o caso, ocorrido no domingo (20), como homídio qualificado. As investigações apontam para o padrasto dos meninos como sendo o principal suspeito de matá-los e o motivo seria ciúmes da relação das crianças com a esposa.
Segundo o advogado, as acusações da polícia de que Ozibenilson tenha atraído as crianças, que não sabiam nadar, para o lago “são frágeis e as imputações são falsas”. Os irmãos Lio Lima e Paulo Ricardo Lima foram encontrados afogados no lago, que fica em uma área de mata no bairro Airton Sena. As crianças moravam com o padastro e a mãe em uma casa pequena de madeira, próximo ao local.
A polícia acredita que o padrasto não aceitava conviver com os meninos e foram colhidas informações, na vizinhança e na escola onde os irmãos estudavam, que apontaram uma relação violenta entre o suspeito e a família. Inclusive a mãe das crianças teria pedido à Polícia Civil uma investigação mais apurada sobre o afogamento.
A escola dos irmãos já havia procurado o Conselho Tutelar e o Ministério Público do Estado após as professoras perceberem situação de vulnerabilidade. As crianças apareciam machucadas para as aulas. Paulo, o mais velho, chegou a apresentar comportamento agressivo com os colegas de turma. A família estava sendo acompanhada por uma equipe multidisciplinar com psicólogo e assistente social.
O advogado, entretanto, afirmou que a própria mãe das crianças, de 30 anos, informou a ele que a relação do jovem com os filhos era bastante próxima e que não foram encontrados processos que apontavam alguma acusação de violência do cliente contra a família.
“Ela confirmou que ele tratava eles como filho, as vezes as crianças tinham uma educação mais rígida, mas jamais pensou em querer matá-las. Ele está meio atordoado com todos esses acontecimentos, mas ele nega todas as acusações e vamos trabalhar para provar a inocência dele”, informou Dias.
Segundo o advogado, no dia do afogamento, o suspeito estava com a esposa em casa, preparando o jantar das crianças. Então o casal percebeu que elas estavam demorando para retornar para casa, e ele decidiu procurá-las, e localizou os corpos dos meninos.
Para a polícia, os irmãos não teriam entrado no lago sem a companhia de alguém de confiança, já que não sabiam nadar e teriam medo de águas profundas. As roupas das vítimas foram encontradas nas margens do lago.
“No domingo, ele [suspeito] desapareceu da casa exatamente no momento em que as crianças brincavam próximo a um pé de goiabeira. Nessa hora ele foi até o lago e as crianças desapareceram repentinamente. Ele voltou cerca de 3 a 5 minutos”, relatou na sexa-feira (25) o delegado interino de Tartarugalzinho, Wellington Ferraz.
O delegado completou que a mãe, desconfiada, teria questionado o marido. Outro ponto que chamou atenção da polícia foi o comportamento do suspeito. Ele realizou tarefas de casa, o que, segundo a mulher, não era comum.
O homem foi preso na quinta-feira (24) e trazido para a capital, onde prestou depoimento e seguiu para o Instituto de Administração Penitenciário do Amapá (Iapen). O advogado informou que na segunda-feira (28) vai entrar com um processo na Justiça pedindo a revogação da prisão do cliente, para que responda o processo em liberdade.
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