segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Após explosões, população de Redenção precisa viajar para ter banco

Moradores, comerciantes e produtores rurais da cidade de Redenção, distante 56 km de Fortaleza, cobram uma solução para a falta de agências bancárias na cidade. As agências que existem foram atacadas e destruídas por bandidos e até estão sem funcionamento.

Sem agência bancária na cidade, a população tem que viajar 30 quilômetros para conseguir atendimento nos municípios vizinhos de Aracoiaba e Guaiuba. Na cidade de Aracoiaba, muitos comerciantes e principalmente agricultores chegam em caminhões pau de arara para sacar dinheiro ou pagar as contas.

Segundo a aposentada Francisca Pereira Lima depois do ataque contra o banco tudo ficou mais difícil. “É muito difícil pra gente ir pra outra cidade. Muito longe. A gente vai pra lá e fica numa fila tão grande. Perde o dia inteiro. Chega em casa muito cansada. Muito difícil. Sem almoço, sem nada. E com medo ainda. Morta de medo. Meus meninos tudo com medo de assalto né”, reclama.

Mesmo antes das 7h30 já é possível observar as filas em um banco de Aracoiaba. Os moradores de Redenção vão para o fim da fila, que se estende por um quarteirão inteiro. Muitas pessoas saíram às quatro, cinco horas da madrugada de outras cidades e passam boa parte da manhã nas filas.

A agricultora, Maria de Fátima da Silva Braga, conta que saiu de casa em Redenção às 4 horas. Ela diz que precisa de dinheiro urgente para poder sustentar a família. “Eu cheguei aqui às quatro horas. Para poder pegar o dinheirinho mais cedo para poder fazer as coisas que precisa. No dia 6 de setembro eu vim receber meu dinheiro. Chegou aqui o rapaz falou que não tem dinheiro. Acabou o dinheiro. Isso às 9h30”, explica.

Outro que reclama da viagem é o aposentado João Paes Braga. Além do cansaço, não há certeza de que vai sacar o dinheiro. “De lá, pra vim é difícil. Aí tem que sair cedo desse jeito? Tem que sair cedo pra pegar um transporte que venha na frente. Chega aqui mesmo 5 horas. Aí fico esperando até 8 horas pra abrir o banco. Aí não tem uma garantia de ter o dinheiro ainda”, conta.

A agricultora, Raimunda Sabino da Silva, disse que muitas vezes retornou para casa sem dinheiro. É difícil chegar, e mais complicado conseguir o dinheiro. “Não recebemos dinheiro. Não tinha. Voltamos sem dinheiro. Não tinha chegado o dinheiro. Não tinha previsão pra tarde, aí voltou todo mundo sem dinheiro. Nós chega cinco horas da manhã, fica esperando por esse dinheiro. Hoje já estamos aqui de novo para ver se consigo receber esse dinheiro. Ainda sai tarde. Perde a manhã toda”.

Sem banco, sem vendas

Sem banco na cidade segundo os comerciantes de Redenção, o lucro caiu bastante, já que sem banco não há movimento de capital. De acordo com a vendedora, Irisneide Oliveira, o movimento era todo do pessoal que frequentava nas agências.

“O movimento todo era do pessoal que frequentava aí o banco, agora não tem mais como. O pessoal que vem que frequentava antes, vai pra Baturité, vai pra Água Verde, Guaiuba, esses cantos onde tem banco”, explica.

O comerciante Rafael Ângelo Almeida Mesquita disse que as vendas caíram 50%. “Caiu em 50% o movimento. Todo mundo tá indo pra Guaiuba, Pacatuba, Aracoiaba, Baturité. Aí o nosso movimento caiu né”.

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