quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Empresário suspeito de integrar esquema de desvio de dinheiro para merenda se entrega na PF no AP

Empresário foi ouvido na Superintendência da PF em Macapá (Foto: John Pacheco/G1)Empresário foi ouvido na Superintendência da PF em Macapá (Foto: John Pacheco/G1)

Empresário foi ouvido na Superintendência da PF em Macapá (Foto: John Pacheco/G1)

Na manhã desta quarta-feira (1º) o empresário Daciel Cunha Alves se entregou na Superintendência da Polícia Federal (PF) no Amapá. Ele foi alvo de mandado de prisão temporária referente à operação Senhores da Fome, deflagrada na terça-feira (31) e que investiga suposto desvio de dinheiro destinado à compra de merenda escolar no estado.

Alves foi um dos quatro empresários do ramo de alimentação que tiveram a prisão decretada. Os outros três foram detidos pela PF durante as diligências. A operação apura a suposta atuação dos empresários, diretores de escolas e servidores da Secretaria de Educação do Amapá (Seed) no esquema de corrupção que teria desviado cerca de R$ 2 milhões dos cofres públicos.

Segundo a Polícia Federal, Daciel Alves prestou depoimento e foi levado para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Após a oitiva, a defesa do empresário se manifestou através de nota negando que ele estivesse foragido, e que vai contribuir com a investigação.

“Meu cliente não estava foragido, estava no interior cuidando de assuntos profissionais. Foi apresentado agora e não tem nada a esconder. Está muito tranquilo e disposto a falar a verdade para ajudar a Polícia Federal a esclarecer os fatos”, declarou o advogado Auriney Brito.

Agentes cumpiram mandados de prisão temporária e de busca e apreensão (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)Agentes cumpiram mandados de prisão temporária e de busca e apreensão (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)

Agentes cumpiram mandados de prisão temporária e de busca e apreensão (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)

A operação contou com a participação do Ministério Público Federal, do Ministério Público do Amapá, da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU). Os suspeitos poderão responder na Justiça pelos crimes de peculato (irregularidades cometidas por servidor público), associação criminosa e falsidade ideológica.

Os agentes cumpriram, em Macapá, quatro mandados de prisão temporária, sete de condução coercitiva e 18 mandados de busca e apreensão. Em torno de 120 policiais federais atuaram na operação. A ex-secretária de Educação do estado Conceição Medeiros foi alvo de mandado de condução coercitiva, quando o suspeito é obrigado a ir depor à polícia.

O delegado Igor Souza explicou que no dia 29 de dezembro de 2015 a Seed realizou o pagamento de R$ 1,5 milhão para a empresa Agrocoop, que fazia o serviço de entrega de produtos alimentícios para a merenda de pelo menos, 100 escolas públicas no estado, mas os produtos não foram entregues, segundo a investigação.

Ele informou ainda que, no início de 2016, vários diretores assinaram o termo de recebimento dos alimentos sem que tivessem sido entregues às instituições de ensino. Parte das falsas entregas teriam sido feitas no período de férias escolares.

O procurador-geral em exercício do estado, Antônio Clésio, ressaltou que falhas foram detectadas no fornecimento de merenda nas escolas e por isso, um ofício foi emitido para que a Seed fizesse o bloqueio imediato de repasses.

A atual secretária Goreth Souza informou que a Seed trabalha para que os repasses dos valores sejam feitos com transparência e que tomou conhecimento das investigações feitas pela Polícia Federal ainda em 2016. Um sistema está sendo adotado nas escolas para que as informações de recursos sejam acompanhados de forma mais transparente.

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