O engenheiro responsável pela ponte temporária construída em Laranjal, que cedeu durante evento religioso com presença do pastor Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, deve prestar depoimento nos próximos dias.
Mais de 40 pessoas caíram de cerca de quatro metros dentro do ribeirão São João. A informação é do delegado de Palma, Rodrigo Tavares, responsável pelo inquérito sobre o acidente.
“Já conversei com o engenheiro responsável, pedi que me encaminhasse o laudo que elaborou para liberar a obra e ele deve ser ouvido nos próximos dias, no máximo até a próxima semana. A empresa que fez a construção é da Bahia, ainda não consegui contato com ela, mas seguimos tentando”, explicou em entrevista ao G1.
O delegado já recebeu o resultado da perícia e agora analisa as documentações apresentadas para a liberação da construção da ponte. “O laudo da perícia no local apontou que a causa foi um problema estrutural na execução da obra da ponte. No momento, estamos verificando a documentação da vistoria e da fiscalização do Corpo de Bombeiros e aguardando respostas de alguns questionamentos", comentou o delegado.
Além disso, a Polícia Civil está tentando localizar as vítimas que, no dia, foram atendidas em hospitais de Laranjal, Leopoldina e Muriaé, para ouvir os depoimentos.
“Estimamos entre 40 e 50 pessoas, entre as que caíram da ponte e as que se machucaram no tumulto. Entre dez e 15 que moram em Laranjal já foram ouvidas. Estamos com dificuldade de localizar as outras porque são residentes de outras cidades e de outros estados. No dia, pela necessidade de atendimento, os hospitais não registraram o endereço, o que dificulta agora para encontrá-las”, afirmou o delegado Rodrigo Tavares.
Ele ainda explicou que o inquérito está dentro do prazo inicial de 30 dias. No entanto, pelas demandas do caso, não descarta solicitar a prorrogação do prazo à Justiça.
O G1 entrou em contato com a Igreja Mundial do Poder de Deus e aguarda retorno.
Acidente na saída de evento religioso
De acordo com as informações da Polícia Militar (PM), o acidente ocorreu na dispersão do público, estimado em 15 mil pessoas, que se reuniu no campo de futebol do Esporte Clube Laranjal, na Avenida Serafim Machado Naya, no Centro.
A ponte tinha quatro metros de altura, 20 m de comprimento e 15 m de largura. O comandante do Corpo de Bombeiros de Leopoldina, tenente Guilherme Cantelli, explicou que havia um laudo de um engenheiro civil, que garantiu que a construção seguiu as normas técnicas, e autorização dos Bombeiros, que vistoriaram o local no dia 1º.
"A ponte desembocava em uma via que deveria ter sido mantida livre, sem obstrução nenhuma. Porém chegando ao local, a gente viu que tinham veículos estacionados, barracas, além do próprio fluxo de trânsito da cidade estava dificultoso. Este somatório de obstrução de via e trânsito na cidade levou a uma menor fluidez das pessoas que saíam do evento. Esta menor fluidez levou a uma sobrecarga na ponte", explicou o comandante do Corpo de Bombeiros.
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