quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Ex-funcionários e credores votam por decretação de falência da Copervale em Uberaba

Empresa entrou em recuperação judicial em 2013 (Foto: Reprodução/TV Integração)Empresa entrou em recuperação judicial em 2013 (Foto: Reprodução/TV Integração)

Empresa entrou em recuperação judicial em 2013 (Foto: Reprodução/TV Integração)

Ex-funcionários e credores da Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Copervale) de Uberaba se reuniram em assembleia, durante a tarde desta quarta-feira (28), para definir a situação da empresa que está em recuperação judicial desde 2013. A maioria das pessoas votou pela decretação da falência da empresa. Ao todo, 69 pessoas compareceram.

De acordo com a administradora judicial da Copervale, Elizete Seixlack, a reunião foi convocada porque o fim do prazo para cumprir com os requisitos da Lei de Recuperação está acabando. Um deles diz respeito ao pagamento dos credores, que deve ser feito até março deste ano e já ultrapassa R$ 55 milhões.

A administradora informou ainda que todos os fatos ocorridos e deliberados na assembleia serão encaminhados à Vara Empresarial de Recuperação Judicial.

Caso a decisão seja pela continuidade da recuperação judicial, uma nova etapa será iniciada, segundo Seixlack. “Iremos arrecadar bens, de venda de ativos, apuração de valores para pagar os credores e ex-funcionários que ainda não receberam”, disse.

Dentro desse processo já foram leiloados alguns bens da empresa para quitação de débitos. Elizete informou ao MGTV que foram vendidos dois bens dos 25 que a Copervale tem. No caso de ser decretada a falência, a unidade produtiva às margens da BR-262 será leiloada para quitação das dívidas da empresa.

Adovogado pede suspensão de assembleia

No início da votação, representantes do fundo de investimento que adquiriu as ações da Copervale pediram a suspensão da assembleia por 30 dias. Mas o pedido foi negado e a maioria das pessoas votou pela decretação da falência da empresa.

Segundo o advogado da Cooperativa, Márcio Pereira Campos, o pedido de suspensão foi devido ao curto tempo para entrar em acordo com os devedores. “Por ser muita extensa a classe de credores, pedimos 30 dias para dar tempo de apresentar a proposta de pagamento das dívidas para eles”, explicou.

Ele também informou que o pedido de suspensão da decretação de falência já foi registrada na ata da assembleia. O advogado acredita que a decretação de falência não é vantajosa para os credores. "Nós temos vários exemplos, onde uma falência demora 15 anos para eles recebam o pagamento, sendo assim, ela é prejudicial para todos", finalizou.

Empresa abandonada

Fechada desde 2013, a sede da Copervale está abandonada e boa parte dos equipamentos foi furtada. A estrutura foi destruída por vândalos, além de veículos abandonados e galpões cheios de produtos inutilizados.

Elizete Seixlack esclareceu que esses casos já foram levados para a administração judicial e para o Poder Judiciário. “Pedimos a nomeação de um perito para avaliar os donos causados no patrimônio e nos bens móveis da empresa”, explicou ela.

Denúncia contra a Coorpervale

Após denúncias, no ano de 2007, informando que a Copervale estava adulterando o leite integral, a Polícia Federal realizou a operação Ouro Branco que prendeu 27 pessoas, incluindo o ex-presidente da empresa, Luiz Gualberto. O caso ganhou destaque nacional e ficou conhecido como o "Escândalo do Leite".

Segundo o laudo da Justiça Federal, o leite produzido continha substâncias nocivas à saúde humana, que eram usadas para aumentar o volume do produto, prolongar a validade e mascarar problemas de qualidade. No mesmo ano, todos os produtos da marca foram retirados de todos os supermercados onde estavam.

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