Um jardineiro da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), de nacionalidade portuguesa, registrou uma ocorrência de agressão na última sexta-feira (2). Segundo Carlos Alberto Oliveira da Conceição, de 58 anos, ele foi atacado por um colega no campus Santa Mônica, depois que saiu do trabalho. Ao G1, o funcionário relatou que constamente sofre discriminação e que quer justiça.
“É uma coisa que eu não esperava, uma covardia. É importante que a justiça seja feita para que isso não volte a acontecer nem comigo e nem com outras pessoas”, desabafou.
Em nota, a UFU informou que está apurando as informações e reiterou que repudia veementemente todas as situações de violência. Já a empresa que é responsável pelo trabalhador, é terceirizada e também foi procurada pela reportagem, mas as ligações não foram atendidas no telefone disponível na internet.
O português está há sete anos no Brasil e há quatro trabalha como jardineiro prestando serviços para a universidade. Segundo ele, tudo começou na última quinta-feira, quando houve um desentendimento com o suspeito do crime.
Carlos contou que finalizou o expediente e foi até o local onde costuma deixar a sacola com o par de tênis e a encontrou jogada no chão. No lugar dela, estava a do colega, que também é jardineiro. Em seguida eles discutiram, mas foram embora. No dia seguinte, segundo ele, os dois voltaram a se encontrar e novamente discutiram.
Foi então que, por volta das 16h15 de sexta-feira, o jardineiro disse que foi surpreendido pelo colega e outra pessoa já do lado de fora da UFU, próximo ao ponto de ônibus, e foi golpeado com um soco e um chute. "Eles me bateram, eu caí no chão e sofri um corte no supercílio. Em seguida fugiram em um carro de cor verde", lembrou.
O homem foi socorrido por testemunhas e levado até a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do Bairro Tibery, onde foi medicado e liberado.
Possível discriminação
De acordo com a mulher de Carlos, Mara Prado, frequentemente o marido volta do trabalho e comenta sobre as brincadeiras e provocações que ele sofre por parte dos colegas por ser estrangeiro. Ela acredita que o esposo é vítima de discriminação pelo fato de ser português.
"Chamam ele de 'português burro' e falam que se o país dele fosse bom o que ele estaria fazendo aqui. Mediante ao acontecido estou muito mal. Porque ele está no Brasil só por minha causa. Tenho um câncer que não tem cura e ele está aqui só pra cuidar de mim. Me sinto culpada por ele estar nesse trabalho pesado pra ganhar dinheiro pra me sustentar”, desabafou.
A Polícia Civil informou que o caso foi repassado para a 4ª Delegacia de Polícia Civil nesta segunda-feira (5) e o inquérito será instaurado para apuração dos fatos.
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