Após três anos consecutivos de queda na oferta de empregos por meio da unidade de Divinópolis do Sistema Nacional de Emprego (Sine), o número de vagas voltou a subir em 2017. Segundo o diretor de Políticas para Inclusão ao Emprego do Sine Minas Gerais, Emanuel Camillo, as perspectivas são de que o cenário se mantenha aquecido durante 2018.
"Há uma boa perspectiva de crescimento na oferta de empregos para este ano, como resultado de uma melhoria na economia", aponta o diretor.
Dados do Sine mostram que o ritmo da abertura de vagas começou a cair em 2014, coincidindo com o início do período de recessão econômica enfrentado pelo país. Se em 2013 quase 3,5 mil vagas foram abertas na maior cidade do Centro-Oeste de Minas, no ano seguinte a oferta caiu 18,9%, não chegando a 3 mil.
Nos dois anos posteriores, 2015 e 2016, a oferta continuou diminuindo, chegando a cerca de 40% das vagas que estavam disponíveis no banco de empregos um ano antes do início da crise, em 2013.
Queda no preenchimento de vagas
Camillo observa que os anos de 2015 e 2016 foram os piores em termos de geração de emprego no Brasil e esse cenário se refletiu nos registros do Sine de Divinópolis. Contudo, o que mais chama a atenção é que, à medida que a demanda por trabalho reduz, o número de vagas preenchidas também se torna cada vez menor.
Em 2015, 47,83% das vagas ficaram sem contratações. Em 2016, 57,23% da demanda não foi atendida.
Mesmo com o aumento da oferta constatado em 2017, quando foram abertas 2.097 oportunidades (49,46% a mais do que em 2016), o preenchimento de vagas permaneceu baixo. Em média, sete em cada 10 oportunidades permaneceram sem contratações.
"O problema é sempre pelo lado da oferta", explica Emanuel Camillo. "Se o empregador contrata menos, ele se torna mais exigente. Às vezes o empregador abre a vaga, mas depois não contrata também por alguma questão interna ou porque o candidato não atendeu a necessidade dele."
Com a expectativa de que o mercado de trabalho seja melhor em 2018, o diretor de Políticas para Inclusão ao Emprego do Sine-MG aconselha que os candidatos invistam em capacitação e mantenham o cadastro atualizado no sistema do órgão.
As 10 profissões que mais contrataram e as 10 que menos contrataram em 2017 em Divinópolis
Contratações em alta | Contratações em baixa |
Embalador a mão | Mecânico de manutenção e instalação |
Operador de caixa | Supervisor de telemarketing e atendimento |
Armazenista | Operador de máquinas de construção civil |
Atendente de lojas e mercados | Operador de mandriladora com comando numérico |
Cobrador de transporte coletivo | Confeccionador de velas náuticas e barracas |
Faxineiro | Impressor flexográfico |
Repositor de mercadorias | Operador de máquina perfuratriz |
Servente de obras | Trabalhador da manutenção de edificações |
Motorista de ônibus urbano | Mineiro |
Motorista de caminhão | Copeiro |
Perfil do candidato e capacitação
Embora não haja um levantamento específico sobre o perfil das contratações feitas pelo banco de empregos em Divinópolis, Emanuel Camillo observa que, em geral, são melhor aproveitadas pelos empregadores pessoas com mais de 25 anos que têm ao menos o ensino médio completo, possuem de seis meses a um ano de experiência na área pretendida e moram perto do trabalho.
Segundo ele, as chances de contratação também são maiores para quem mora perto do emprego ofertado. Contudo, esse é o perfil mais comum para vagas com pouca exigência técnica.
"O mercado, como 2017 provou pelo dado, está em recuperação. Então o trabalhador tem que se qualificar para se destacar. Com o mercado aquecido, muitas pessoas voltam a procurar emprego e, nesses casos, a qualificação aumenta a chance desse candidato se destacar em relação aos outros", observa o diretor do Sine.
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