terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Erosão ameaça derrubar posto de saúde e escola no Bailique, diz Iepa

Arquipélado do Bailique, erosão, Terras Caídas, erosão, Macapá, Amapá (Foto: Divulgação/Iepa)Escola de Boa Esperança corre o risco de desabar com a erosão no Bailique (Foto: Divulgação/Iepa)

O Instituto de Pesquisas do Amapá (Iepa) produziu um novo relatório sobre o impacto da erosão na região do Arquipélago do Bailique, distrito de Macapá que conta com mais de 50 comunidades. Segundo o levantamento, além de casas, uma escola e um posto de saúde localizados às margens do rio Amazonas correm risco de desabar. 

De acordo com o geólogo do Iepa Wagner Costa, a pesquisa foi concentrada em dez comunidades que podem estar sofrendo com o fenômeno conhecido como ‘Terras Caídas’, que ocorre com a força da maré sobre as margens. Itamatatuba e Boa Esperança são as localidades com processo erosivo mais intenso, conforme o relatório.

Arquipélado do Bailique, erosão, Terras Caídas, erosão, Macapá, Amapá, Wagner Costa (Foto: Jorge Abreu/G1)Geólogo e pesquisador do Iepa Wagner Costa
(Foto: Jorge Abreu/G1)

O levantamento que iniciou em abril de 2016 apontou que parte do problema é ocasionado pelo desmatamento da vegetação próximo às margens do rio. Outro motivo para a erosão são as mudanças ambientais na foz do rio Araguari, que alteraram a hidrodinâmica no rio Amazonas e afeta diretamente o Bailique. Em janeiro de 2017, o instituto fez a medição para ver o nível de erosão.

“O fenômeno de ‘Terras Caídas’ acontece na Amazônia, como um todo, e a região do Arquipélago do Bailique é formada por sedimentos recentes, inconsolidados e bastante frágeis. A hidrodinâmica é bastante intensa na localidade, de marés fortes e velozes, com amplitude de até 4 metros”, destacou.

Duas comunidades ribeirinhas apresentaram margens estáveis, enquanto oito se mostraram instáveis. Em Itamatatuba, o posto de saúde corre risco de cair no rio. Em Boa Esperança, a única escola da localidade pode desabar.

O geólogo explicou que em alguns locais ocorre a deposição, que consiste na formação de praias, distanciando a comunidade da margem do rio. Enquanto em outros há a erosão, com a destruição de casas e passarelas.

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Segundo Costa, o ralatório dá suporte ao Município, Estado e União para trabalhos de intervenções nas áreas. Entre os locais com margens instáveis, há casos que podem receber intervenções de médio prazo, enquanto outros precisam de trabalhos em caráter emergencial.

No relatório consta uma série de recomendações às instituições responsáveis pela área. Entre elas, a elaboraração de um plano de ação para o arquipélago, incluindo uma ocupação adequada para a região, organização da orla, utilização de tecnologias para evitar a erosão e construções de muros de arrimo, além de captação de recursos, replantio das matas auxiliares para simplificar a erosão e promoção de trabalho de educação ambiental para os moradores.

O Iepa informou que a Defesa Civil identifica regiões com risco de desabamento e a Secretaria de Inclusão e Mobilização Social (Sims) faz o cadastramento de pessoas das comunidades ribeirinhas em vulnerabilidade.

Arquipélado do Bailique, erosão, Terras Caídas, erosão, Macapá, Amapá (Foto: Divulgação/Iepa)Arquipélado do Bailique sofre com o fenômeno 'Terras Caídas' com a força da maré (Foto: Divulgação/Iepa)

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