quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Jornalista policial é investigado por homicídio e fraude processual em MG

Delegacia de Homicídios de Uberlândia (Foto: Caroline Aleixo/G1)Delegacia de Homicídios de Uberlândia
(Foto: Caroline Aleixo/G1)

A Delegacia de Homicídios de Uberlândia investiga o envolvimento de um jornalista de 71 anos na morte da esposa, no Bairro Segismundo Pereira, no dia 12 de fevereiro. A Polícia Civil trabalha com duas linhas de investigação sendo, a principal, de que ele matou a mulher e alterou a cena do crime para dificultar o andamento do inquérito. Ele pode ser indiciado pelos crimes de homicídio qualificado, conforme a motivação do crime que ainda está sendo apurada, e fraude processual.

O advogado de defesa Onésio Martins Júnior informou ao G1 que, a pedido do cliente, não pode passar informações sobre o caso até que o inquérito seja concluído. Mas esclareceu que o idoso está em liberdade provisória desde a semana passada após o juiz da Vara de Crimes contra a Pessoa considerar a idade dele e por ainda não haver provas suficientes contra o suspeito.

Aos policiais militares, o suspeito disse que a vítima, de 55 anos, cometeu suicídio e uma arma foi localizar na casa e duas munições deflagradas. Depois de encontrar a mulher morta em cima da cama, ele acionou a funerária.

O inquérito seria remetido ao Judiciário nesta semana, porém como o suspeito em liberdade, a polícia tem 30 dias para concluir as investigações. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Vitor Dantas, a outra hipótese é de que ele tenha auxiliado no suicídio da esposa.

“Ele matou ou no mínimo auxiliou no suicídio, conforme crime previsto no Código Penal cuja pena varia de dois a seis anos de reclusão. Mas tudo aponta para o homicídio qualificado. Ele se contradiz a todo momento e, embora negue o crime e fale que não tinha conhecimento da arma de fogo, testemunhas afirmam que quando ela discutia com alguém sempre ameaçava de dar um tiro”.

Ele atuou no jornalismo policial por muito tempo na cidade e conhecia a dinâmica da investigação".
Vitor Dantas, delegado de Homicídios

Quando o perito chegou ao local do crime, a cama estava desmontada, o quarto lavado e as roupas de cama em sacos pretos para serem jogadas no lixo. O colchão também estava lavado no quintal da residência.

Outra contradição do suspeito, segundo o delegado, é quanto à versão de que funcionários da funerária teriam informado que a causa da morte seria uma úlcera estourada e que foram eles que orientaram que o local poderia ser lavado. Os agentes funerários desmentiram as alegações.

“Ele atuou no jornalismo policial por muito tempo na cidade e conhecia a dinâmica da investigação. E mesmo que não fosse jornalista, instruído, ele tem a experiência de vida.
Certamente premeditou a mudança na cena para prejudicar as investigações”.

O delegado fará a oitiva de outras testemunhas nos próximos dias para anexar ao inquérito e ainda aguarda laudo da perícia local. Depois de ter tido a prisão preventiva decretada e mantida na audiência de custódia, a defesa do suspeito conseguiu alvará de liberdade provisória.

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