(Foto: Caroline Aleixo/G1)
A Delegacia de Homicídios de Uberlândia investiga o envolvimento de um jornalista de 71 anos na morte da esposa, no Bairro Segismundo Pereira, no dia 12 de fevereiro. A Polícia Civil trabalha com duas linhas de investigação sendo, a principal, de que ele matou a mulher e alterou a cena do crime para dificultar o andamento do inquérito. Ele pode ser indiciado pelos crimes de homicídio qualificado, conforme a motivação do crime que ainda está sendo apurada, e fraude processual.
O advogado de defesa Onésio Martins Júnior informou ao G1 que, a pedido do cliente, não pode passar informações sobre o caso até que o inquérito seja concluído. Mas esclareceu que o idoso está em liberdade provisória desde a semana passada após o juiz da Vara de Crimes contra a Pessoa considerar a idade dele e por ainda não haver provas suficientes contra o suspeito.
Aos policiais militares, o suspeito disse que a vítima, de 55 anos, cometeu suicídio e uma arma foi localizar na casa e duas munições deflagradas. Depois de encontrar a mulher morta em cima da cama, ele acionou a funerária.
O inquérito seria remetido ao Judiciário nesta semana, porém como o suspeito em liberdade, a polícia tem 30 dias para concluir as investigações. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Vitor Dantas, a outra hipótese é de que ele tenha auxiliado no suicídio da esposa.
“Ele matou ou no mínimo auxiliou no suicídio, conforme crime previsto no Código Penal cuja pena varia de dois a seis anos de reclusão. Mas tudo aponta para o homicídio qualificado. Ele se contradiz a todo momento e, embora negue o crime e fale que não tinha conhecimento da arma de fogo, testemunhas afirmam que quando ela discutia com alguém sempre ameaçava de dar um tiro”.
Quando o perito chegou ao local do crime, a cama estava desmontada, o quarto lavado e as roupas de cama em sacos pretos para serem jogadas no lixo. O colchão também estava lavado no quintal da residência.
Outra contradição do suspeito, segundo o delegado, é quanto à versão de que funcionários da funerária teriam informado que a causa da morte seria uma úlcera estourada e que foram eles que orientaram que o local poderia ser lavado. Os agentes funerários desmentiram as alegações.
“Ele atuou no jornalismo policial por muito tempo na cidade e conhecia a dinâmica da investigação. E mesmo que não fosse jornalista, instruído, ele tem a experiência de vida.
Certamente premeditou a mudança na cena para prejudicar as investigações”.
O delegado fará a oitiva de outras testemunhas nos próximos dias para anexar ao inquérito e ainda aguarda laudo da perícia local. Depois de ter tido a prisão preventiva decretada e mantida na audiência de custódia, a defesa do suspeito conseguiu alvará de liberdade provisória.
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