segunda-feira, 20 de março de 2017

Brasileiro terá que desembolsar até ‎450 euros para atravessar à Guiana

O brasileiro terá que desembolsar até ‎450 euros se quiser chegar de carro à Guiana Francesa, pela Ponte Binacional Franco-Brasileira,inaugurada no sábado (18), que liga Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, à São Jorge do Oiapoque, no território francês. Somente o tráfego de veículos de passeio com finalidade de turismo foi liberado a partir desta segunda-feira (20) pela ponte.

Do lado brasileiro, os documentos necessários são apenas o passaporte com visto para turismo ou a carta transfronteiriça, concedida a moradores de Oiapoque para permanência de até 72 horas em São Jorge. Não há cobrança de taxa para a passagem de veículos.

Já para entrar no lado francês, além de apresentar o passaporte com visto ou a carta transfronteiriça, é necessário o pagamento de um seguro para carro de passeio, que varia de ‎250 euros a ‎450 euros, dependendo do modelo do carro.

Quem optar em atravessar no primeiro dia de liberação da ponte, por exemplo, poderá pagar até R$ 1,5 mil de acordo com a cotação da moeda europeia nesta segunda-feira.

Ponte tem 378 metros de extensão entre o Amapá e Guiana Francesa (Foto: Divulgação/Secom )Ponte de 378 metros de extensão é a primeira ligação terrestre entre o Amapá e a Guiana Francesa (Foto: Divulgação/Secom )

Aberta para travessia nesta segunda-feira, a ponte funciona de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h, e aos sábados, das 8h às 12h. Não há funcionamento aos domingos. A inauguração da estrutura substitui o uso regular de balsas no rio Oiapoque, mas o serviço aquático continua funcionando provisoriamente, segundo a Receita Federal.

Ponte binacional
Essa é a primeira ligação terrestre do Amapá com outra região. O acesso ao estado só era feito por vias aéreas e marítimas. Com obra lançada em 1997, a ponte binacional ficou pronta em 2011 e foi inaugurada somente no sábado, sob pressão da Guiana Francesa. A cerimônia não teve a presença de ministros brasileiros. A obra custou cerca de R$ 70 milhões, e dependia de acordos entre os dois países e de obras do lado brasileiro.

A abertura é parcial, permitido apenas o tráfego de veículos particulares de passeio com finalidade turística. Estão proibidas as travessias de táxis, ônibus, caminhões, entre outros veículos. O transporte com finalidade comercial ainda precisa de definição de regras, em acordos ainda não acertados entre o Brasil e a França.

ADUANA, OIAPOQUE, amapá, macapá, ponte binacional, (Foto: Reprodução/Rede Amazônica no Amapá)Aduana em Oiapoque, do lado brasileiro, ainda está em obras (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)

Os postos de controle da aduana francesa estão prontos desde antes da conclusão de ponte. O posto de controle na cidade de Oiapoque ainda está em construção e, segundo o governo do Amapá e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a previsão de conclusão ficou para agosto. Entretanto, o pátio aduaneiro já pode ser ocupado pelos órgãos de fiscalização.

“Essa obra estava prevista para que a gente terminasse em março, mas, devido esse problema na licitação, a gente acabou retardando isso. Mas a obra está a pleno vapor, a gente entrega o pátio em agosto, é a previsão, mas isso não impede que os órgãos já venham para cá, se instalem, mobíliem e já comecem a trabalhar aqui”, disse o diretor geral do DNIT no Brasil, Valter Casimiro, em entrevista à Rede Amazônica no Amapá.

amapá; macapá; oiapoque; calçoene; br-156; atoleiro; lama; (Foto: Isan Oliveira/Arquivo Pessoal)Estrada para chegar a Oiapoque ainda tem 100 quilômetros sem asfalto (Foto: Isan Oliveira/Arquivo Pessoal)

BR-156
Além dos acordos comerciais, a chegada ao território francês também deve enfrentar problemas com a falta de pavimentação de parte da BR-156, único acesso de Oiapoque para a capital Macapá.

Construída há mais de 40 anos, a estrada ainda tem um trecho com pouco mais de 100 quilômetros sem asfalto. Com as chuvas do período invernoso, a região está tomada por atoleiros que limitam e retardam o tráfego. Nessas condições, a viagem pode demorar mais de 12 horas.

De acordo com o diretor do Dnit, no dia 27 de março, a instituição vai liberar ordem de serviço para o início da obra de pavimentação neste último trecho.

“Os contratos já estão assinados, a empresa vai agora trabalhar nos projetos executivos, e ainda esse ano começa a execução. O projeto prevê 3 anos de execução de obra, são 110 quilômetros. Nesses 3 anos a gente acredita que não vai ter dificuldade nenhuma”, declarou Casimiro.

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