
Aumenta o número de crianças e adolescentes envolvidas em crimes no MA
O envolvimento de crianças e adolescentes em assaltos a ônibus em São Luís tem sido cada dia mais comum. Segundo especialistas, é um ciclo: sem políticas públicas eficientes focadas em resolver o problema, meninos e meninas entram no mundo das drogas e do crime.
Os casos de crianças ou adolescentes assaltando ônibus em São Luís tem sido frequentes. Para especialistas, uma das consequências da falta de políticas públicas para oferecer lazer, cultura, esporte ou educação aos menores. O resultado tem sido à entrada de jovens cada vez mais cedo ao mundo do crime.
Durante quinze dias, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) foi procurada pela reportagem para mostrar sobre o envolvimento de menores em assaltos a ônibus no Maranhão, no entanto não deu nenhuma resposta.
Para o pesquisador do Observatório da Violência da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Maurício Fraga, a ausência de dados sobre o problema dificulta a definição de estratégias para conter o avanço da violência entre os jovens. "Essa coleta de dados é importante porque fomenta a pesquisa e também dá suporte para as políticas governamentais. Não adianta você trabalhar só com repressão à criminalidade se você não trabalha com a raiz do problema. Cada vez mais jovens e crianças que estão por aí sem uma ocupação, sem prática desportivas sem qualquer atenção estatal eles vão engrossar as fileiras do tráfico, engrossar as fileiras da criminalidade e compor essas facções criminosas que estão atuando aí na nossa sociedade", explicou.
No mês passado, um adolescente de 14 anos foi morto por um Policial Militar ao tentar assaltar um ônibus em São Luís. Ele já tinha sido apreendido um mês antes pelo mesmo motivo. Em 2015, um adolescente de 16 anos tentou assaltar um ônibus depois de sair do colégio. Ele ainda vestia o uniforme da escola e foi morto por um passageiro que reagiu.
Nos bairros da periferia, o contato com a violência começa bem cedo. O jovem que prefere não se identificar revela que entrou no mundo do crime aos 14 anos. Sem opção de lazer no bairro ele se viu envolvido no universo das drogas. "Com 14 anos começa a fazer m....pegando coisa que não é seu. Não tem nada para fazer... não tem uma quadra pra jogar bola...não tem uma brincadeira. Não tem mais nada”, contou.
E da mesma periferia também vem exemplos bons. Cansado de esperar iniciativas do poder público, um jovem de 16 anos criou um grupo de bumba-meu boi que ensaia o ano todo. No local, o adolescente que mantém o projeto social espera ajudar a retirar outros meninos da criminalidade. "Tirar as crianças da rua, para largar de está fazendo besteira", finalizou.
Casos de crianças ou adolescentes assaltando ônibus em São Luís tem sido frequentes (Foto: Reprodução/TV Mirante)
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