Leandro Wili afirma que uma força-tarefa será criada para solucionar os problemas do esgoto e do lixo em Divinópolis (Foto: Reprodução/TV Integração)
O coordenador Regional das Promotorias de Defesa do Meio Ambiente da bacia Alto São Francisco, promotor Leandro Wili, informou ao G1 que uma força tarefa será criada para resolver problemas relacionados à destinação do lixo e esgoto no Rio Itapecerica, em Divinópolis. A medida será tomada após os casos de mortes de peixes e a água suja na cidade. O problema do lixo se estende há mais de 10 anos.
O promotor informou que tomou conhecimento de toda a situação, envolvendo a morte de peixes no Rio Itapecerica e também da água suja e com mau cheiro que está chegando a casa dos consumidores, após voltar de férias nesta segunda-feira (28). “Existem vários procedimentos de investigação sobre saneamento em Divinópolis que estão abertos há anos. Estive na Promotoria de Meio Ambiente entre 2007 e 2009, fiquei sete anos fora e voltei este ano encontrando os mesmos problemas”, afirmou.
Diante da morosidade em solucionar o problema, Wili revelou que uma força tarefe será criada. “Vamos chamar todos os órgãos e empresas responsáveis. Isso não é somente um caso de meio ambiente, envolve saúde e direito do consumir. Vamos colocar todos na mesa para definir uma solução”.
Questionado qual o maior empecilho para que este problema seja solucionado, o promotor disparou que o assunto envolve várias situações.
“Falta vontade política e fiscalização efetiva. A Copasa teve a concessão do esgoto e um novo prazo para entregar a Estação de Tratamento Esgoto (ETE) do Rio Itapecerica. A Prefeitura não perde o poder de fiscalização. As ações judiciais não têm surtido efeito, precisamos de mais atenção do poder judiciário para estas questões”.
A construção de um Aterro Sanitário ou a entrega do serviço para algum consórcio para a destinação correta do lixo também será alvo da força-tarefa. “O Aterro não é brincadeira, o impacto financeiro é grande e precisa de ajuda dos governos federal e estadual. É dispendioso, mas precisa acontecer”.
O problema da destinação correta do lixo em Divinópolis se estende há anos. Já foram realizadas audiências públicas e a Prefeitura chegou a anunciar a possível construção do Aterro Controlado na comunidade do Choro, zona rural da cidade, mas a população se colocou contra a decisão.
O G1 entrou em contato com o secretário de Meio Ambiente, Clever Greco, que informou que o município trabalha com duas hipóteses para a destinação do lixo: aderir a um consórcio ou a um modelo que transforma o lixo em energia elétrica. “Esta medida de transformar o lixo em energia elétrica é mais moderna, não exige um terreno muito grande e parte da energia fica com o município e a outra parte é vendida para despesas de manutenção”, revelou.
Segundo Clever, Divinópolis produz cerca de 200 toneladas de lixo doméstico por dia. O processo para a destinação correta dos resíduos está em andamento e ainda não há uma data prevista para a decisão.
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