quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Ceará exporta técnica, e pele de tilápia é usada para curar ursos de queimaduras na Califórnia

Técnica desenvolvida na UFC é usada para curar animais que sofreram queimaduras em incêndio nos Estados Unidos (Foto: California Departament of Fish and WildLife/Reprodução)Técnica desenvolvida na UFC é usada para curar animais que sofreram queimaduras em incêndio nos Estados Unidos (Foto: California Departament of Fish and WildLife/Reprodução)

Técnica desenvolvida na UFC é usada para curar animais que sofreram queimaduras em incêndio nos Estados Unidos (Foto: California Departament of Fish and WildLife/Reprodução)

A técnica do uso da pele de tilápia para recuperar queimados desenvolvida na Universidade Federal do Ceará (UFC) foi utilizada para salvar ursos, um puma e um leão, na Califórnia, Estados Unidos, após os animais sofrerem com queimadas na região em dezembro.

O tratamento com pele de tilápia foi desenvolvido no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará (UFC), com participação de pesquisadores do Ceará, Pernambuco e Goiás. O curativo com base em animais aquáticos é inédito no mundo.

De acordo com o coordenador da pesquisa professor Odorico Moraes, a pesquisadora da Universidade da Califórnia, Jamie Peyton, entrou em contato com o laboratório da UFC pedindo, inicialmente, a importação das peles. No entanto, os pesquisadores precisaram ceder apenas a técnica do procedimento, já que na Califórnia eles possuíam criação de tilápia.

O Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia destaca que a pele de tilápia é usada como bandagem biológica em pessoas no Brasil, mas nos Estados Unidos a técnica ainda não é aprovada para o uso em humanos.

Técnica pioneira

O tratamento também já é usado para outro procedimento pioneiro desenvolvido por pesquisadores cearenses, a reconstrução de vaginas em mulheres portadoras da síndrome de Rokitansky, também conhecida como agenesia vaginal.

No caso da reconstrução vaginal, a pele da tilápia é absorvida e se transforma em tecido, diferentemente do uso da pele da tilápia no tratamento de queimaduras, em que o material é colocado como curativo e depois retirado.

Semanas após os primeiros animais ‒ dois ursos e um puma ‒ apresentarem melhora, um terceiro urso e um leão da montanha passaram pelo tratamento com a pele de tilápia. O resultado da experiência foi positivo.

Banco de peles

O Núcleo de Pesquisa criou o primeiro banco de pele de tilápia em julho de 2017, que está sob coordenação do professor Odorico Moraes.

O banco de peles tem parceria com o Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ) e fica na sede do NPDM, na Rua Coronel Nunes de Melo, no Bairro Rodolfo Teófilo.

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