quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Diretores do Dmae em Uberlândia são presos em operação que investiga fraude em contratos

David Thomaz é ex-vereador e foi preso nesta quarta (28) em Uberlândia (Foto: Reprodução/TV Integração)David Thomaz é ex-vereador e foi preso nesta quarta (28) em Uberlândia (Foto: Reprodução/TV Integração)

David Thomaz é ex-vereador e foi preso nesta quarta (28) em Uberlândia (Foto: Reprodução/TV Integração)

Dois diretores do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) foram presos preventivamente nesta quarta-feira (28) em Uberlândia.

Os mandados de prisão preventiva foram cumpridos durante a 2ª fase da Operação "Poseidon", que investiga irregularidades em contratos celebrados entre a autarquia e a empresa Araguaia Engenharia, bem como desvio de recursos públicos superior a R$ 8 milhões.

Até o momento, foram cumpridos os mandados em desfavor do diretor-geral adjunto e ex-vereador da cidade, David Thomaz Neto, e o diretor-técnico do Dmae, Carlos Henrique Lamounier Borges. Eles foram levados para o Presídio Professor Jacy de Assis. As investigações são conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia, do Ministério Público Estadual (MPE).

Por telefone, a assessoria de comunicação do Dmae informou ao G1 que ainda não vai manifestar sobre o caso, pois não teve acesso aos fatos.

Além dois dois diretores presos nesta quarta, o ex-servidor do Dmae e que ocupa cargo na Secretaria Municipal de Obras, Manoel Calhau Neto, o presidente da Araguaia Engenharia na época dos fatos, Daniel Vasconcelos Teodoro, e o engenheiro João Paulo Voss que foram presos temporariamente no último dia 19, receberam mandados de prisão preventiva nesta quarta-feira (28). Eles permanecem presos no Presídio Professor Jacy de Assis.

O advogado Diogo Hemmer que defende o sócio proprietário da Araguaia, Daniel Vasconcelos Teodoro disse ao G1 que teve acesso a denúncia sobre o caso no fim da tarde desta quarta-feira (28), e que em razão disso, estará analisando o processo para definir a estratégia de defesa.

Já a defesa do engenheiro João Paulo Voss, não atendeu as ligações na noite desta quarta (28).

Operação Poseidon

Os promotores do Gaeco investigam os crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva e ativa, além de lavagem de dinheiro. Durante as diligências na primeira fase da operação, foram apreendidas armas de fogo e munições na casa de um dos envolvidos.

A investigação partiu de uma denúncia feita pelo vereador Thiago Fernandes do (PRB), sobre um vazamento em uma estação de água no Centro da cidade. Conforme as informações do Gaeco, os contratos entre o Dmae e a Araguaia foram firmados para execução de obras na cidade foram entre 2009 e 2010, sendo apurada a diferença aproximada de R$ 12 milhões entre os valores pagos pelo Dmae e os serviços efetivamente prestados pela Araguaia Engenharia.

Outro lado

Embora os contratos tenham sido celebrados na gestão anterior do prefeito atual prefeito, Odelmo Leão, a Prefeitura alegou durante a primeira fase da Operação Poseidon que em 2013 recebeu documento oficial da diretoria do Dmae na gestão do prefeito Gilmar Machado atestando o bom andamento da obra e regularidade dos serviços prestados. O relatório afirmava que 82,7% da obra estava concluída naquele ano. Veja posicionamento completo do Executivo.

Já Gilmar Machado disse em nota que no início da gestão, no ano de 2013, foram identificadas irregularidades no contrato firmado entre o Departamento Municipal de Água e Esgoto e a Araguaia Engenharia, e que logo que tomou conhecimento as irregularidades, estas foram repassadas ao Ministério Público de Minas Gerais.

Um vazamento de água no reservatório do Departamento de Água e Esgoto, no Centro de Uberlândia, foi constatado em outubro do ano passado durante uma fiscalização do Gaeco junto à Polícia Militar (PM) e o Procon Estadual. Inicialmente, ficou apurado que estavam sendo desperdiçados cerca de 160 mil litros de água diariamente.

Desde então as investigações apontam eventuais fraudes na obtenção de contratos em obras, falhas na execução e desvio de recursos públicos. Uma das consequências da má execução das obras, apontada na representação da Promotoria, era exatamente a necessidade de jogar água fora em razão da estrutura dessas construções não aguentarem armazenar todo o volume.

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